O valor médio dos imóveis financiados com recursos da poupança subiu e passou a R$ 147,798 mil no primeiro semestre, com cota média de financiamento de 58,84%, segundo a Abecip.

No ano passado, o valor médio era de R$ 131,110 mil e a parcela média de financiamento, de 56,38%. Em 2006, o percentual era de 53,20%, em 2005, de 47,76% e, em 2004, de 46,75%.

"As pessoas estão comprando imóveis com valor maior e utilizando mais a parcela de financiamento", disse França. Segundo ele, a confiança do consumidor em relação aos produtos de financiamento imobiliário cresceu nos últimos anos. Na média, os financiamentos são liquidados no prazo de nove anos.

Isso porque, de acordo com o presidente da Abecip, como a maior parte do crédito imobiliário destina-se a imóveis com valor de até R$ 350 mil, existe a opção de liquidar a dívida com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

França comparou que, em 2004, para financiar um imóvel de R$ 80 mil, com prazo máximo de dez anos, a renda necessária era de 12 salários mínimos. "Hoje, com o prazo de 25 anos, é preciso que a renda seja de sete salários mínimos para financiar imóvel de mesmo valor", disse. Nos dois casos, o cálculo levou em conta entrada de 20%.

O dirigente destacou que as mudanças na regulamentação, como a alienação fiduciária, e a queda das taxas de juros nos últimos anos, além da redução do desemprego e dos aumentos reais dos salários contribuíram para a expansão do crédito imobiliário.

Em relação às altas da Selic, França destacou que os financiamentos imobiliários são corrigidos pela TR (Taxa Referencial) e não pela Selic. "Para os níveis esperados da taxa de juros, o impacto da Selic não deve ser tão grande", disse. Segundo a entidade, a variação da TR foi de 1,45% no ano passado.

A associação estima ainda que o número de financiamentos habitacionais com recursos da poupança, este ano, deve superar o recorde de 267 mil unidades registrado em 1981. A expectativa do montante a ser financiado foi mantida em R$ 30 bilhões.