Esportes Titulo Depois de quatro anos...
Corinthians vive era de operários

Sem os 'galácticos' de 2005, Alvinegro conquista espaço com Cristian, Elias, tendo apenas Ronaldo de estrela

Do Diário do Grande ABC
25/04/2009 | 07:00
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O último título corintiano de Primeira Divisão veio no Brasileirão de 2005 - no ano passado, levantou a taça da Série B. Naquela época, a equipe do técnico Antônio Lopes era cheia de estrelas e ganhou o apelido de galáctica pela presença de Mascherano, Carlos Alberto, Roger, Nilmar e Tevez.

Quatro anos depois, o Corinthians chega com possibilidade de nova conquista, agora no Paulistão, mas com um time de operários, carinhosamente apelidado pelo volante Elias de engenheiros.

Bem diferente daquele esquadrão de astros de 2005, a equipe atual do Corinthians conta apenas com o atacante Ronaldo como jogador diferenciado, acima da média. No mais, o elenco corintiano prima pela força do seu conjunto, pelo espírito de luta. Nos jogos, nada do futebol vistoso da época dos galácticos. A marca, agora, é a objetividade.

"Não tivemos moleza em nenhuma partida e mostramos ser um grupo bem equilibrado. Agora não podemos deixar esse rótulo de favorito, que veio após as vitórias contra o São Paulo, subir à cabeça", pediu o técnico Mano Menezes, responsável por montar o grupo atual. "Antes, vivíamos de desconfiança. Falavam que ganhávamos, mas não jogávamos bem. Chegamos, estamos diante da primeira decisão e temos de manter a humildade." "Aquele time era bem mais badalado. Mas agora temos o Ronaldo", comparou o volante Elias, um dos jogadores que vêm ganhando destaque na campanha invicta de 2009 pela dedicação em campo.

"Aquele era um grupo forte, de estrelas. Só que aqui também tem jogadores buscando espaço, de muita qualidade. Temos o Jorge Henrique, o Dentinho, o Douglas", afirmou Elias. "Eles (do time campeão brasileiro) tiveram espaço e agora estamos buscando o nosso."

Elias, Alessandro, Chicão, William, Cristian e Jorge Henrique são considerados os carregadores de piano do Corinthians. Aqueles jogadores que não param um minuto de correr, de lutar, para que Ronaldo, Dentinho e Douglas possam, na base do talento, garantir as vitórias. Com esse esquema, o desempenho do time tem números impressionantes: cada atleta corre entre dez e 12 quilômetros por partida.

"Nosso conjunto é muito forte e, com essa união, quem vem ganhando destaque são outros jogadores, como Elias, Cristian e o próprio Chicão", afirmou Mano Menezes. "E o Jorge Henrique é um jogador taticamente perfeito", elogiou.

"Sempre apareci menos, embora desempenhando funções importantes taticamente nas equipes em que joguei", lembrou Jorge Henrique, um dos reforços deste ano para o time titular do Corinthians - o outro é o também atacante Ronaldo. Nas demais posições, prevalece a base que disputou e venceu a Série B do Brasileiro na temporada anterior.

"Enfrentamos cada partida como se fosse a última. Não considero o nosso grupo como de operários, e sim de engenheiros", afirmou Elias, que, em alta, descarta ser negociado no meio do ano.

Cristian assume o papel de equipe guerreira. E não esconde a disparidade técnica de 2005 para 2009. "São bem diferentes", destacou o volante. "Somos um time de operários, sim, todo mundo ajuda o outro, não tem vaidade. Nosso diferencial é que todos estão correndo. Até porque correr não mata ninguém."

A era galáctica aconteceu graças à parceria com a MSI. Naquela época, o Corinthians tinha folha salarial de quase R$ 4 milhões. Os jogadores contratados pelo iraniano Kia Joorabchian acabaram deixando o Parque São Jorge sem trazer lucro aos cofres corintianos. Hoje, com cerca de R$ 2 milhões mensais, paga-se o grupo.




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