Agora não tem mais escapatória. Os inquilinos sofrerão reajustes em seus alugueis superiores a 11% em janeiro. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) registrou alta acumulada no ano e em 12 meses de 11,32%.

Desde novembro de 2008 que os locatários não têm reajuste tão alto. Naquele período, o IGP-M variou 11,8%. Considerando apenas dezembro, o registro deste mês não ocorre desde 2004, que teve 12,4%.

Indexador da maioria dos contratos de alugueis de imóveis, o IGP-M é desenvolvido pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) e variou 0,69% neste mês.

Normalmente, um aluguel sofre reajuste após 12 meses do aniversário do contrato. E o IGP-M entra em ação com seu valor acumulado em 12 meses neste vencimento. Como o indicador atingiu 11,32%, os contratos de janeiro terão alterações semelhantes ao indicador.

Portanto, alugueis com valor de R$ 900 e reajustes previstos para janeiro, cuja primeira parcela alterada será em fevereiro, devem passar para R$ 1.001. Para mensalidades de R$ 500, as próximas prestações serão de R$ 556.

Quem pesquisou preços até ontem e estava para fechar novo contrato também pode ter surpresas. Além de considerar o IGP-M para reajustes, os locatórios podem aproveitar para ajustar o valor do aluguel. 

CULPA - Os preços dos alugueis já alterados pelos resultados da inflação de novembro foram um dos culpados pelo resultado do IGP-M. Mas os vilões reais são os alimentos no atacado e no varejo ao consumidor.

O Ibre/FGV coleta e agrupa variações de preços ao mercado, famílias e da construção para formar o indicador. As maiores influências para elevar o IGP-M foram, no atacado, as aves (8,02%) e algodão em caroço (10,69%). O consumidor sofreu com o filé-mignon (23,53%), mamão papaia (14,40%) e açúcar refinado (10,91%). E na construção, o serviço de ajudante especializado teve maior peso, com alta de 1,41%.