O bom desempenho do mercado automotivo – vendas de carros, acessórios e serviços – salvou o comércio na Grande São Paulo em maio. Segundo a PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista), da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), as vendas no período cresceram 10,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. O setor das quatro rodas também puxou para cima os números no acumulado dos cinco primeiros meses do ano – a expansão foi 7,1%. Se não fosse o segmento de automóveis, o índice acumulado de crescimento não passaria de 3%, no cálculo da entidade.

Logo atrás do mercado automotivo, aparecem como responsáveis pelo crescimento de vendas no varejo os setores de vestuário, tecidos e calçados, principalmente em razão do bom desempenho do comércio no Dia das Mães. Farmácias, perfumarias e casas de eletroeletrônicos também contabilizaram em maio taxas de crescimento superiores a 10%, no confronto com 2004.

Para o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, o resultado de maio comprova a tendência registrada nos últimos meses, em que o crescimento de vendas ficou concentrado nos setores mais dependentes de oferta de crédito. “Se aumentam as opções de financiamento, crescem as vendas. Enquanto os bens duráveis mostraram balanços positivos, em setores dependentes de renda do trabalhador, como é o caso dos supermercados, houve forte retração”, avalia.

Região – As associações comerciais do Grande ABC endossam o crescimento das vendas no varejo em maio divulgado pela Fecomercio, e informam que o balanço reflete a realidade da região.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, diz que o bom desempenho de vários setores do comércio no Grande ABC em maio é resultado das vendas no Dia das Mães. “A data superou as expectativas iniciais e impulsionou o faturamento dos empresários. O mês revelou que a estabilidade econômica, apesar de crises políticas, impacta positivamente no consumo das pessoas”, diz.

A opinião de Moura é compartilhada com a do presidente da Acid (Associação Comercial e Industrial de Diadema), José Manuel de Mendonça. Ele acredita que o volume de vendas no comércio pode continuar em rota de crescimento caso o frio chegue de vez neste inverno. “O setor de vestuário costuma puxar o desempenho geral de vendas. Mesmo em maio, antes do início oficial do inverno, as vendas estavam boas. E assim deve continuar”, conclui.