O Brasil poderá voltar ao Oscar, independentemente da indicação de Olga para concorrer ao prêmio de melhor filme estrangeiro (a fita de Jayme Monjardim foi selecionada pelo júri da Secretaria do Audiovisual para lutar por uma das vagas no Oscar de 2004). O diretor Monjardim acredita que terá chance porque, pela primeira vez, segundo ele, será avaliado sem os preconceitos contra sua atividade como diretor de TV, que prejudicaram a aceitação do filme pela crítica no país. Toda sorte do mundo para Olga, se bem que a mentalidade dominante nessas comissões - é preciso pensar no filme que agradará aos velhinhos da academia - até agora não tenha dado resultado.

A novidade é que Diários de Motocicleta, de Walter Salles, começa a fazer carreira nos Estados Unidos e surge como um possível candidato dos próprios norte-americanos. Não é raro. Em anos recentes, a Espanha indicou Segunda-Feira ao Sol como seu candidato ao Oscar e o filme de Fernando León de Aranoa foi barrado pelos tais velhinhos da academia. Em contrapartida, Pedro Almodóvar foi indicado pelos acadêmicos de Hollywood para os Oscar de roteiro original e direção, recebendo o primeiro por Fale com Ela. Fernando Meirelles também foi indicado via Estados Unidos, por Cidade de Deus.

Diários de Motocicleta estreou na semana passada em duas salas de Nova York e uma de Los Angeles. Foi um início acachapante para um filme falado em espanhol. Diários faturou US$ 160 mil e fez 25 mil espectadores no primeiro fim de semana, batendo as bilheterias iniciais de Fale com Ela e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, do francês Jean-Pierre Jeunet, que são os filmes estrangeiros de maior sucesso no mercado dos Estados Unidos.