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Empresa de refeições tem
crescimento de 40% ao ano

Em ritmo lento da economia, uma indústria de São Caetano investe R$ 4 mi para suprir alta na demanda

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/06/2014 | 07:04
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Marina Brandão/DGABC


O cenário de desaquecimento econômico, neste ano, não impede que uma empresa de refeições coletivas de São Caetano siga com forte incremento no faturamento e disposição para investir em expansão de suas operações. Trata-se da Apetece, que está aportando cerca de R$ 4 milhões para ampliar e modernizar suas instalações e equipamentos. A companhia projeta crescimento de 40% em 2014, ante os números de 2013, para chegar aos R$ 200 milhões em vendas anuais em 2014, e tem meta de alcançar os R$ 350 milhões em 2017.

Atualmente, com quadro de 2.900 funcionários, a empresa fornece, ao todo, 400 mil refeições por dia e cresceu de forma expressiva. Há quatro anos faturava apenas R$ 45 milhões. Segundo o diretor-geral, Luis Ricardo Ferri Botelho, o mercado está favorável na medida em que se investe em qualidade e em custo acessível.

Ele conta que a empresa, que foi fundada há 25 anos, se especializou, em seus primeiros anos, em atender o setor público, como escolas e hospitais. Mais recentemente, há cerca de dois anos, decidiu atuar também na área privada. Hoje já fornece, por exemplo, para a Marfrig e a WTorre.

Botelho destaca que os órgãos públicos são igualmente exigentes em qualidade, mas a área corporativa exige a melhoria da logística, por exemplo. Por conta disso, a companhia realiza investimento de R$ 1 milhão na verticalização do CD (Centro de Distribuição), localizado em São Bernardo, e que hoje tem 3.600 m² e deve crescer mais 400 m², e também em frota de veículos própria – antes o transporte era terceirizado.

Além disso, o plano de aumentar a presença no mercado levou a Apetece a alocar mais R$ 3 milhões para modernizar e ampliar a cozinha central, em São Caetano, de onde saem parte das refeições fornecidas aos clientes. Isso sem falar do que é preparado em restaurantes montados dentro das instalações das empresas atendidas. Os aportes envolvem a aquisição de equipamentos como novos hot box (caixas que mantém a temperatura dos alimentos), cubas e maquinário para higienização do material.

A Apetece atua hoje tanto com cozinhas in company (nas instalações dos clientes) quanto com alimentação delivery, a granel ou em porções, mas o forte mesmo é a granel, preparada na cozinha central e transportada em cubas já pronta para ser consumida. Considerando todo os tipos de clientes, hoje a empresa atende cerca de 530 pontos (locais, que podem ser escolas, empresas ou hospitais).

O diretor cita que o que atrapalha é a inflação de alimentos, que já chega a 60% no prazo de 12 meses e a alta da mão de obra. Para isso, há necessidade de trabalhar com margens de lucro bem justas, o que exige eficiência em planejamento e controle do desperdício. Ainda segundo o executivo, o investimento em maquinário também visa elevar a produtividade, para melhorar os custos.


PROJETO PILOTO - Além do foco nas refeições transportadas, a Apetece tem projeto piloto de restaurante comercial, voltado ao consumidor final, em São Bernardo. O diretor-geral, Luis Ricardo Botelho, destaca que o objetivo é buscar, com muita tecnologia, oferecer pratos elaborados (por exemplo, filé mignon ou peixe com risoto, entre outras opções do cardápio) a preços acessíveis (entre R$ 19,90 a R$ 24,50). A intenção é lançar o projeto em 2015, com a possibilidade de abertura de filial também em São Caetano.

O piloto entrou em operação há quatro meses, e a companhia contratou consultoria para a estruturação do negócio. Um dos objetivos é o atendimento ágil. “Hoje conseguimos atender em oito minutos; desenvolvemos o modelo para depois replicar”, diz.

BOLSA - O diretor executivo assinala que, no futuro, há a possibilidade de abrir capital na Bolsa de Valores. “A Apetece é a primeira SA (Sociedade Anônima) do setor, só não é de capital aberto, mas tem isso no horizonte”, afirma. No entanto, ele diz que ainda não dá para prever em quanto tempo isso pode ocorrer. 




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