O comércio ilegal nos vagões da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) é prática constante. Passageiros são abordados diariamente por ambulantes que oferecem diversos tipos de produtos de origem duvidosa e que conseguem driblar a ação dos seguranças da empresa.
Dados divulgados pela CPTM indicam que entre os meses de janeiro e novembro do último ano foram realizadas 3.516 apreensões, média de dez por dia, com 114.143 mercadorias recolhidas somente na Linha 10-Turquesa, que liga o Grande ABC à Capital. Em 2018, foram 1.378 pessoas flagradas e 61.566 itens, como alimentos, balas, chocolates, água e eletrônicos apreendidos nas ações.
A companhia destaca a elevação nos números e os condiciona ao aumento na segurança nas composições. A empresa ainda pede a colaboração dos usuários no sentido de não comprar para, dessa forma, desestimular os infratores.
É evidente que houve melhora nos resultados. Entretanto, diante do testemunho da equipe de reportagem deste Diário em poucas viagens e de depoimentos de pessoas que usam os trens diariamente, fica claro que a fiscalização não é tão efetiva assim.
Pela quantidade de vendedores clandestinos visualizados no interior dos vagões e pelo entra e sai a cada parada, dá para afirmar, sem exagero, que em apenas uma viagem da Linha 10-Turquesa seria possível realizar as dez apreensões diárias apresentadas pela CPTM.
O que se espera é que com o convênio firmado com a Polícia Militar para a atuação de agentes em algumas estações no combate a crimes que envolvam furtos, roubos, assédio sexual ou venda de bilhetes ilegais, por exemplo, os seguranças da CPTM possam se dedicar ainda mais a impedir a farra dos ambulantes.
A CPTM tem o dever e a autoridade para fiscalizar, como disse especialista ouvido pela reportagem. É necessário que encontre formas de dar um basta a essa afronta.
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