Economia Titulo Mercado internacional
Exportações da região começam a reagir, com ajuda do câmbio

Em fevereiro, as vendas ao Exterior do Grande
ABC cresceram 55% em relação ao mês anterior

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/03/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Depois de registrar retração de 40% no primeiro mês do ano em relação a dezembro, as exportações do Grande ABC reagiram em fevereiro, com alta de 55% ante janeiro. As empresas da região obtiveram US$ 389,8 milhões com encomendas ao Exterior no mês passado, de acordo com levantamento realizado pela equipe do Diário com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Somando janeiro e fevereiro, o faturamento alcançado com as vendas a outros países (US$ 640 milhões) ainda está 19% abaixo do observado no mesmo período de 2014, mas representantes do setor industrial dos sete municípios já veem sinais de que os negócios com mercado internacional vão decolar, ajudados pela valorização cambial – o dólar comercial, nesta semana, chegou a R$ 3,30. “Agora está começando a se concretizar”, diz o primeiro vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, Anuar Dequech Júnior. Ele cita que a depreciação do real frente à moeda norte-americana já estava em curso, mas a reconquista de clientes, que leva tempo, parece estar frutificando. “Já vínhamos conversando desde o ano passado”, assinala.

O diretor do departamento de comércio exterior do Ciesp de São Bernardo, José Rufino Júnior, também avalia que há indícios de reação nas encomendas externas. “Estamos ficando competitivos para exportar, ainda que tenhamos carga grande de tributos”, diz.

Rufino Júnior acrescenta que a expressão cunhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998, “Exportar ou morrer”, para estimular as empresas a venderem a outros países, agora é uma realidade. “Se as empresas não tiverem uma válvula de escape para manter a atividade, que teve redução de 30%, vamos começar a ter problemas”, diz.

Pela conjuntura favorável aos negócios lá fora e, ao mesmo tempo, um mercado interno muito fraco, o Ciesp está fazendo um trabalho para ajudar quem quer ampliar as vendas externas ou quer iniciar encomendas internacionais, colaborando na estruturação de departamentos de comércio exterior de pequenas e médias indústrias. Rufino Júnior acrescenta que a entidade já fez reuniões com grupos de empresas de países como Alemanha e Turquia, que mostraram interesse em produtos brasileiros e vai fazer encontro com norte-americanos.

Recente acordo para facilitação de comércio entre Brasil os Estados Unidos também serve de ânimo para o empresariado da região. “Qualquer acordo entre os dois países é muito bem-visto”, afirma Dequech Júnior, que cita que o mercado norte-americano traz boas possibilidades para a indústria da região.

Rufino Júnior concorda e cita que, enquanto a Argentina permanece uma incógnita, há oportunidades em outros mercados da América Latina, como Peru, Chile, Colômbia e México. Com este último país, há poucos dias, foi renovado acordo automotivo, que alimenta expectativa de melhora nos negócios da região, que concentra fábricas de seis montadoras e tem nos veículos e autopeças os principais itens da pauta de exportação.   




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