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Dólar baixo também afeta empresas importadoras
Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
14/07/2008 | 07:01
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A desvalorização do dólar não afeta apenas as empresas que exportam. A expectativa de crescimento no faturamento deste ano caiu de 30% para 20% nas companhias importadoras de máquinas e equipamentos, segundo o presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Thomas Lee.

"Importar produtos, muitas vezes, sai mais caro do que comprá-los no País. Isso porque aqui temos linhas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e os juros são menores do que pagamos pelos produtos importados."

Outra questão que preocupa importadores é o repasse de equipamentos. A Tecnointer, localizada há 11 anos em Santo André, reduziu em 60% seu faturamento. A empresa trabalha com dois mercados distintos. Importadora de equipamentos e peças de reposição, a Tecnointer vende os importados para empresas nacionais, que produzem para o mercado interno, e para empresas que exportam seus produtos. Da carteira de clientes, 80% são do setor automobilístico e o restante do segmento de fermentaria, caldearia e eletroeletrônicos.

"Esse segundo cliente acabou reduzindo a compra de máquinas, já que com a valorização da moeda brasileira perdeu a competitividade lá fora", explica o proprietário da empresa, João Stribl.

O empresário cita o caso de uma exportadora que planejava comprar ao longo de cinco anos (de 2005 até 2010) oito máquinas para acelerar o ritmo de produção. Com a alta do real, a companhia só adquiriu duas.

Hontech, em São Bernardo, que importa bens de capital para acabamento de peças e repassa para empresas nacionais, avalia que seus clientes exportadores estão investindo menos em produção. "As empresas que vendem produtos lá fora não conseguem suprir o custo de produção", explica João Bahia, diretor e proprietário.

Para equilibrar esse cenário é preciso equalizar o câmbio. O dólar cotado em torno de R$ 2 tornaria os produtos nacionais mais competitivos no mercado internacional.

Segundo Edson Truszko, diretor da Abimei e diretor da Probe System Máquinas, empresa de São Bernardo importadora de bens de capital para o setor de controle de qualidade, essa cotação impulsionaria as exportações nacionais e desaceleraria as importações, deixando a balança comercial superavitária.

"A Probe acaba perdendo um pouco da facilidade em repassar os maquinários que importamos para as indústrias de base, as automobilísticas e de as autopeças, já que essas são empresas exportadoras", explica.

O importador afirma que grande parte das máquinas produzidas no País são absorvidas pelo próprio mercado interno. Há clientes fixos e os produtos são específicos.

"Importa muitos equipamentos e buscamos bens diversificados, produzidos em baixa escala, atrelado, é claro, à baixa do dólar e à tecnologia mais avançada."




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