O encontro das ruas Indaiá e Bocaiúva, no bairro Piraporinha, em Diadema, virou depósito de carros. É essa a visão que os moradores têm dos sete carros abandonados atualmente no local. De acordo com vizinhos, os veículos são deixados durante a noite na rua para que ninguém veja quem são os responsáveis. "Eles aparecem do dia para a noite e, quando percebemos, são vários", afirma a dona de casa Silvia Maria Matos, 40 anos.

Segundo os vizinhos a área tem muitas fábricas e é bastante movimentada durante o dia, mas no período noturno fica praticamente deserta. "A gente tem medo até de sair porque não sabe ao certo o que vai encontrar dentro dos carros", afirma a dona de casa Carla Cristina da Silva, 32.

A moradora lembra que há alguns meses os carros estavam amontoados de um lado da calçada na Rua Indaiá. Quando foi preciso fazer o concerto do asfalto, os veículos teriam sido distribuídos pelos passeios.

Já Silvia diz que aos poucos as peças dos veículos vão sumindo. "Essas ruas estão parecendo desmanche de carro. Se bobear, é gente que mora aqui e não sabemos", opina.

A maioria dos veículos é antiga e já não tem mais condições de uso. Muitos estão com os vidros quebrados, o que facilita o acesso ao interior. Outros que aparentam estar intactos, apesar da sujeira, servem de barreira para que as pessoas se escondam nas calçadas. "Tem gente que fica escorada ou abaixada entre o carro e o muro da casa para usar droga até tarde da noite", reclama a dona de casa Ednalva Lima da Silva, 48. TB

FISCALIZAÇÃO

Procurada, a Prefeitura de Diadema informa que a Secretaria de Transportes realiza fiscalização nas ruas Indaiá, Bocaiúva e entorno, no bairro Piraporinha, diariamente.

Segundo a administração municipal, após a notificação dos carros abandonados, o proprietário tem prazo de 30 dias para a retirada do veículo do local onde foi deixado. Caso isso não ocorra, o mesmo é recolhido ao pátio municipal.

Sobre a possibilidade de multas, a punição só pode ser aplicada quando há identificação do proprietário do veículo, o que nem sempre acontece.