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Ação humanitária provoca polêmica em Diadema
Por Do Diário do Grande ABC
18/01/2005 | 13:13
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A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) doará 70 mil copos de água fluoretada para as vítimas dos maremotos que atingiram vários países da Ásia, o que custará R$ 9,8 mil para os cofres da autarquia. O projeto, encaminhado pelo prefeito José de Filippi Júnior (PT), entrou em regime de urgência na pauta da Câmara e mais uma sessão extra foi convocada para as duas votações previstas no regimento.

Mesmo reconhecendo a relevância da ajuda humanitária, alguns vereadores da base de sustentação aproveitaram a brecha para cutucar Filippi. O pemedebista Milton Capel cobrou, na tribuna, a mesma urgência da Prefeitura para anistiar os moradores de Diadema que não conseguem pagar suas contas de água. “Temos inúmeros casos assim e há problemas de abastecimento nos núcleos Joaninha e Fazendinha”, enumerou o vereador. Na mesma linha, a vereadora do PV, Regina Gonçalves, ressaltou que a Prefeitura não poderia se esquecer dos problemas de abastecimento na cidade.

Apesar da grita, os dois parlamentares acompanharam os demais colegas e votaram a favor da matéria.

“Então, acho que os vereadores deveriam visitar mais os núcleos habitacionais para ver que o pobre é mais solidário, porque ele não faz essa conta que talvez os que não são tão pobres fazem”, rebateu o prefeito. Segundo Filippi, o projeto acompanha a tendência solidária da população de Diadema, que já colabora com as campanhas organizadas pelas igrejas e sindicatos – e o custo de cada copinho, R$ 0,14, não desequilibra qualquer conta. “Temos de defender emprego para a população ter capacidade de pagar a conta. Porque isso (anistiar) não vai criar um cidadão consciente. A Saned já tem a sensibilidade de dividir o débito, de não cobrar, e R$ 0,14 não vai resolver o problema de uma conta, a conta menor é de R$ 6”, argumentou Filippi.

A opção pela água potável foi determinada pelos apelos do governo indonésio, explicou o prefeito. Com a aprovação da Câmara, os copinhos serão encaixotados e encaminhados a quartéis do Exército, e daí levados aos locais atingidos por transporte aéreo do governo federal. “Vamos fazer agora a campanha para recolher sabonetes”, garantiu Filippi.

Nessa segunda etapa da ajuda humanitária, a Prefeitura estimulará a população de Diadema a doar pelo menos um sabonete. O material será recolhido em caminhões municipais e, a exemplo da água, levado aos postos de arrecadação do governo, em parceria com as igrejas e entidades civis. “Ficamos sabendo que a Prefeitura de Santo André está precisando de material de higiene para as vítimas da enchente. Então, podemos enviar parte do que arrecadarmos para eles e parte para a Ásia”, explicou o prefeito.

O prefeito de Diadema pretende levar ainda ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC a proposta de criar uma rede de solidariedade para recolher itens básicos nas sete cidades da região, para concentrar a arrecadação e atender às necessidades das vítimas. “Cada Prefeitura poderia colaborar com um item, como papel higiênico e material de limpeza”, exemplificou.




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