Política Titulo Investigação
Câmara de S.Caetano pedirá para gestão
Tite explicar sobrepreços

Pio Mielo assegura que mesa enviará ofício ao governo interino cobrando respostas sobre contrato de cesta básica que tem preços acima do mercado

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
15/09/2021 | 00:44
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Celso Luiz/ DGABC


A Câmara de São Caetano, presidida por Pio Mielo (PSDB), vai questionar o governo interino de Tite Campanella (Cidadania) sobre contrato de fornecimento de cesta básica que registra sobrepreço de até 40% de alimentos, fato revelado pelo Diário no domingo.

Na sessão de ontem, Pio afirmou que a mesa diretora enviará ofício nos próximos dias à gestão interina cobrando respostas sobre o acordo, assinado com a Tegeda Comercialização e Distribuição Ltda, com sede na cidade e de propriedade de Otávio Gottardi Filho. O documento será endereçado à secretária de Assistência e Inclusão Social, Marisa Catalão, que já era a chefe da pasta na época em que o contrato foi celebrado, em 2019.

Paralelamente, o oposicionista Jander Lira (DEM) também antecipou que, para a próxima sessão, apresentará requerimento convocando Marisa a ir ao Legislativo prestar esclarecimentos. “Na condição de presidente da Câmara, farei ofício à secretaria, que a partir da reportagem do Diário posicione a presidência. (O requerimento de Jander e o ofício da presidência) São coisas independentes. Independentemente disso (do pedido de convocação), a presidência fará um ofício para que ela (secretária) explique as informações. A mesa não pode, não deve e jamais prevaricou. Não vai deixar de colocar em pauta qualquer requerimento, seja pedido de CPI, de convocação ou pedidos de informações”, frisou Pio, ao emendar que é pessoalmente favorável à ida de Marisa à casa. “Eu, como presidente, não voto, mas se votasse, seria ‘sim’. Estamos aqui para buscar toda e qualquer tipo de informação.”

As convocações de integrantes do primeiro escalão do Palácio da Cerâmica têm sido derrubadas em plenário pela base governista. Recentemente, parlamentares pró-Tite barraram a ida do secretário Fabrício Coutinho (Educação) para explicar diversas polêmicas envolvendo a pasta, como a suspensão do pagamento do auxílio-merenda.

O Diário mostrou no domingo que o governo Tite paga à Tegeda R$ 207,36 por cesta básica composta por 26 itens alimentícios, destinada a famílias de baixa renda. A equipe de reportagem, porém, foi a tradicional supermercado do município e comprou os mesmos produtos – em quantidades e pesos idênticos – por R$ 170,58. Em geral, a economia chegou a 17,74%.

Alguns dos alimentos registram sobrepreço de até 40,4%, como no caso do arroz branco (pacote de cinco quilos), a despeito do momento de pandemia e de inflação dos alimentos. Enquanto Tite paga à firma de Otávio R$ 27,80 a unidade (da marca Tio João), o Diário comprou o mesmo produto por R$ 19,80 – fabricante Camil, empresa sugerida pela própria administração no âmbito do contrato. Outro exemplo é o pote de óleo de soja: R$ 7,90 cobrados pela Tegeda, ante R$ 7,19 pagos pelo Diário.

Tanto o governo Tite quanto a própria Tegeda refutam existência de sobrepreço e citam que os valores incluem despesas com transporte e entrega das cestas. Líder do governo interino na casa, Gilberto Costa (Avante) não quis se manifestar sobre o caso, mas que vê “com tranquilidade” contratos celebrados por meio de licitação, embora a Prefeitura omita dados da concorrência no Portal da Transparência. 




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