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Estado deixa escolas em Santo André sem merendeiras

Em pelo menos nove unidades de ensino refeição dos estudantes tem sido suco e bolacha

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
07/02/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


 O ano letivo nas escolas estaduais de todo o Estado começou na última segunda-feira, mas em ao menos nove unidades de Santo André faltam merendeiras para preparar e servir as refeições aos alunos. Segundo professores ouvidos sob condição de anonimato pelo Diário, apenas na sexta-feira, dia 31 de janeiro, as equipes foram avisadas de que não havia contrato vigente para os profissionais. A orientação dada pela Diretoria de Ensino de Santo André teria sido a de que cada escola encontrasse uma solução.

Onde foi possível conseguir voluntários que preparassem o alimento fornecido pela Secretaria de Educação, como na EE Antonio Adib Chammas, as refeições foram servidas. Na unidade, localizada no Jardim Santa Cristina, área periférica, grupo de mães de alunos preparou macarrão, que foi servido às crianças. As voluntárias só puderam colaborar no primeiro dia de aula e, nos demais, foram servidos apenas suco e bolacha, o chamado lanche seco. Uma professora da unidade relatou que, sem ter quem os prepare, os alimentos estocados podem até estragar.

Um docente que leciona na EE Professor Nelson Pizzoti Mendes, no Jardim Carla, relatou que a equipe pedagógica tem servido o lanche para os alunos. O profissional afirmou que a situação não chegou a ser discutida com a equipe docente. A unidade atende público carente e, segundo o professor, muitas crianças e adolescentes fazem a sua principal refeição – quando não a única – na escola. 

O professor declarou que a equipe gestora das escolas tem tentado remediar a situação, mas que a comunidade escolar está sendo penalizada pela falha de gestão. “No ano passado, tivemos problemas porque o contrato com a equipe de limpeza se encerrou, mas não foi contratada outra empresa. Agora faltam merendeiras”, lamentou. O Diário mostrou, em outubro do ano passado, que ao menos 15 escolas estaduais de Santo André ficaram dez dias sem funcionários para a higienização.

Segundo levantamento feito pela equipe do Diário junto à Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de Santo André, além das escolas Adib Chammas e Nelson Pizzoti, estão sem equipe de merendeiras as unidades Professora Clotilde Peluso, no Jardim Guarará; Professora Ondina Riveira Miranda Cintra, na Vila Humaitá; Professora Inácia Teruko Inagaki, no Parque Marajoara; Doutor Generoso Alves De Siqueira, na Vila Vitória; Professor José Carlos Antunes, na Vila Luzita; e Professora Clothilde Martins Zanei, no Jardim Santo André. Nas outras cidades, a situação está normalizada. 

Em nota, a Secretaria do Estado da Educação informou que empresa prestadora de serviço foi sancionada e não pôde dar continuidade no contrato. Segundo o comunicado, nova contratação emergencial está em andamento e a situação se normalizará até a próxima semana. “É importante ressaltar que os alunos não estão sem alimento, já que está sendo oferecida a merenda não manipulada”, informou a pasta. A nota destacou, ainda, que a administração regional está à disposição dos pais e responsáveis pelos alunos para quaisquer esclarecimentos.




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