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Seis casos de hepatite ocorrem por semana

Média foi registrada no primeiro semestre no Grande ABC; formas mais graves lideram

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
06/07/2018 | 07:00
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No primeiro semestre deste ano, a rede pública de Saúde do Grande ABC – exceto São Caetano e Rio Grande da Serra – confirmou média de seis casos de hepatite por semana, totalizando 170 diagnósticos para a doença que ataca o fígado. Desse número, 90,59% são das formas mais graves – causadas pelo vírus B e C –, nas quais os sintomas cessam, mas a infecção permanece, evoluindo para a forma crônica, podendo causar sérios problemas, como cirrose e cânce</CS>r.

Em todo o ano passado, as hepatites virais (incluindo a A) contabilizaram 792 casos, o equivalente a dois por dia. Em Santo André e Mauá, 18 pessoas morreram em 2017, por hepatite B e C. Neste ano, foram 12 óbitos.

O mês de julho é marcado por campanha que alerta para a prevenção do problema. O hemoterapeuta e hematologista do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia Ricardo Scuotto ressalta que os vírus A e B são prevenidos por vacina. A imunização contra o tipo A está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), para crianças de 1 ano e 3 meses a 5 anos e, no Estado, também para homens homossexuais. Para o tipo B, a aplicação é feita em quatro doses: ao nascer, com 2, 4 e 6 meses.

Para os adultos que não se vacinaram na infância, são três doses. Porém, os baixos índices de adesão às vacinas preocupam a comunidade médica. “Se analisar que a meta da vacinação de crianças nos últimos anos vem caindo, isso já é fator de risco. Tem que reafirmar a importância para que as mães percam o medo e levem os filhos para vacinar”, fala o especialista.

Os sintomas clássicos são icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes esbranquiçadas. Mas esses sinais nem sempre aparecem. “Na hepatite A vai aparecer em 60% dos casos, na B, 25%, e, na C, pode ser que nem apareça”, salienta Scuotto. “As pessoas que suspeitarem o contato com o vírus devem procurar uma unidade de Saúde e fazer a testagem sorológica”, orienta. Em quatro cidades (exceto Santo André, que não retornou ao pedido de informações), no ano passado foram realizados 30.920 testes, 108,23% a mais do que em 2016 (14.849 testes).

COMBATE

Um plano pactuado entre o Ministério da Saúde, Estados e municípios, e divulgado ontem, pretende eliminar a hepatite C no Brasil até 2030. A ideia é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às hepatites virais. A hepatite C tem o maior número de notificações entre todas as hepatites. Em 2017, mais de 1 milhão de pessoas tiveram contato com o vírus do tipo C.

No dia 13, das 9h às 16h, a Prefeitura de Santo André e a Associação dos Aposentados do Grande ABC realizam mutirão para testagem gratuita para hepatite C. A entidade fica na Rua Antônio Cardoso Franco, 165, bairro Casa Branca.
 




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