A transexual Dayane Alves, 26 anos, registrou queixa contra o empresário F.C.S., 44, por agressão física, na madrugada de ontem. Segundo ela, o homem a teria atacado com o golpe mata-leão (enforcamento com um dos braços), após não concordar com o preço cobrado pelo programa. Os dois estavam na residência da vítima, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, quando houve o desentendimento. A vítima afirma que o empresário era seu cliente há seis anos, com dois a três encontros semanais, e nunca tinha sido violento.

De acordo com Dayane, o autor tinha passado quatro horas com ela, quando se recusou a pagar pelo tempo extra que durou o encontro, alegando que não tinha dinheiro com ele nem cartão de crédito. “Nós combinamos uma hora de programa e ele ficou quatro. Quando disse que o valor mudou ele não quis me pagar”, conta. “Ele ficou agressivo, discutimos. Quando fui em direção à porta ele me pegou e deu um ‘mata-leão’, me derrubou”, afirma. Dayane ficou com o rosto inchado, língua cortada e marcas no pescoço.

Logo após o empresário ter deixado a residência, ela foi ao 1° DP (Distrito Policial) de São Bernardo, por volta da 1h30, e fez o boletim de ocorrência como lesão corporal. Na tarde de ontem, a transexual esteve no IML (Instituto Médico-Legal) para fazer o exame de corpo de delito.

Segundo a vítima, não era raro o empresário extrapolar o tempo combinado, mas foi a primeira vez em que ele se recusou a pagar o tempo extra e reagiu com violência. “Desta vez ele surtou, estranhei a agressão. Era alguém em quem confiava, até já fui na casa dele. Nunca tinha sido violento comigo.”

Procurado, o acusado negou qualquer envolvimento com Dayane ou com alguma outra transexual. No entanto, Dayane possui fotos e prints de conversas no Whats App que provam o envolvimento dos dois, além de um vídeo da discussão que precedeu a agressão.

Nos prints, os dois aparecem trocando mensagens para combinar encontros. Em uma delas, Dayane diz “já desmarquei meus clientes da noite; e ele responde: “Já já tô aí... delícia”. (sic)

No vídeo, o homem que Dayane afirma ser F.C.S. alega que a cobrança é errada e pede respeito e compreensão à transexual. Ele diz ainda que não anda com muito dinheiro, não tem cartão de crédito e não adiantaria sacar a diferença em um banco. “Não estou sendo pilantra com você. Te conheço há anos. Não faz eu agir como um ladrão. Está errado isso que você está fazendo”, diz o homem no vídeo. “Minha revolta é ter apanhado de alguém que me conhecia há tanto tempo”, reclama ela.

Nos próximos dias, a vítima deve comparecer ao 6° DP de São Bernardo, para onde a ocorrência foi encaminhada, para representação criminal.