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Rodoanel atrai empresas para Mauá
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
23/06/2006 | 07:56
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O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá, Marcos Soares, dá pulos de alegria quando fala do futuro. A ampliação do Pólo Petroquímico e a chegada do trecho Sul do Rodoanel na cidade, cujo término está previsto para 2010, estimulam novos negócios e o interesse até de novas multinacionais pelo município.

A fabricante de bancos automotivos Keiper, de capital alemão, mas com unidade desde 1979 na Vila Carioca, em São Paulo, está interessada em comprar 70 mil m² no Pólo de Sertãozinho, em Mauá, para construir uma fábrica de 35 mil m². A cidade, que acostumou-se a perder emprego desde a década de 90, vê a possibilidade de geração de 1,2 mil vagas só com esse empreendimento. Não é um caso isolado.

Nos últimos 12 meses, Mauá recebeu 120 consultas de empresas, das quais 30 já confirmaram a instalação ou compraram terreno. A maioria tem mais de 100 funcionários. “Acredito que nos próximos quatro anos, teremos crescimento de arrecadação no município, que gira em torno de 50% a 60%”, estima o secretário, empresário instalado na cidade desde 1964 e também presidente da Aciam (Associação Comercial de Mauá).

A negociação com a Keiper, fornecedora direta das principais montadoras do país, está em pleno vapor. “Falamos com a diretoria e vamos falar com o presidente e com a diretoria da Alemanha dentro de 30 dias. Mandei todas as informações para eles”, disse Soares. Ele afirma que a proximidade com o trecho Sul do Rodoanel é um dos principais pesos a favor da procura pela cidade. Outros dois são a política de incentivos fiscais e a receptividade do prefeito e de seus auxiliares a novos negócios.

Mauá deverá receber em breve investimento de R$ 6 milhões para instalação do Hospital Samcil, que deverá gerar 250 empregos. O empreendimento deverá ser inaugurado em setembro. “Fizeram um estudo e identificaram que é bom para eles, por causa do Rodoanel e da ampliação do pólo onde há grande número de conveniados”, afirmou.

Sem citar nomes, Soares conta que Mauá vai receber um grande atacadista que poderá gerar 500 empregos. “O dono já falou com o prefeito (Leonel Damo-PV) várias vezes, e tem chance de fechar este ano ainda.” O secretário antecipa ainda que a cidade também é meta de laboratório de medicamentos, que tem terreno em outra localidade, mas pode mudar a decisão locacional frente às vantagens que o município do Grande ABC apresenta. “Atendi uma empresa que foi a duas cidades de Minas e em outras próximas daqui. As empresas consideram o Rodoanel, a lei de incentivos e essa ligação que tem com o poder público”, afirma.

O interesse de novas empresas desperta em Mauá o desejo de mostrar-se melhor. A administração prepara o lançamento de uma campanha publicitária para divulgar suas qualidades no Brasil e até no Exterior. Para dentro, a mudança é a instalação de um posto do Banco do Brasil e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para dar incentivo aos projetos de instalação. “Temos quatro empresas do setor plástico interessadas em se instalar em Mauá, mas elas têm dificuldade. A Prefeitura está colaborando em conseguir crédito para desenvolver o projeto na cidade”, revela Soares.

Mas se o número de empresas interessadas no Rodoanel aumenta, sobe também o preço do terreno. A cidade tem 7 milhões de m² disponíveis para instalação de indústrias e o preço de cada metro está em torno de R$ 100. Marcos Soares afirma que vai propor ao prefeito Leonel Damo (PV) a apresentação de um projeto de lei para penalizar os especuladores. O caminho é cobrar mais IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de quem especula com o terreno, embora seja difícil identificar os tais especuladores.

“Tem algumas pessoas que aumentaram drasticamente o preço em Sertãozinho. Eu suponho que irá ocorrer um aumento no valor do terreno que pode atingir 20%. Mas não passa disso, porque o terreno industrial tem preço de mercado na Grande São Paulo muito próximo de outro. O especulador vai ficar pensando que venderá caro, mas vai ficar com o terreno na mão”, acredita Soares.

O secretário detalha o que chama de “arma” contra o especulador. “Estamos fazendo um levantamento e vamos aumentar a tributação de quem tem terreno parado para especular. O especulador está com os dias contados em Mauá. Os terrenos têm de ser ocupados. Nós estamos terminando o estudo. A pessoa que tiver o terreno para especular vai pagar imposto maior. Se depender da minha vontade vamos dobrar o valor do imposto. O cara que tem o terreno para especular vai pagar mais caro. Vamos tentar baixar o IPTU de quem produz.”



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