Cultura & Lazer Titulo
Utopia do sexo casual
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
30/09/2011 | 07:00
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Nenhum relacionamento é perfeito. Talvez um dos principais problemas do envolvimento amoroso entre as pessoas seja a longa lista de obrigações que surge de uma rotina. Querendo ou não, o sexo acaba ficando em segundo lugar. É justamente para fugir da parte mais burocrática e buscar somente o prazer que muitos não casais surgem. "Amizade Colorida" relata esse universo. A comédia aponta onde estão os benefícios e maldições oriundas desse tipo de convivência com boa dosagem de sensualidade e sem grandes apelações para sentimentalismo.

O título do filme remete ao termo utilizado para designar o relacionamento despretensioso entre amigos que não querem nada sério. Apenas ficar juntos uma vez ou outra. Pensando apenas na parte prazerosa, esse tipo de encontro pode conter mais qualidades do que um namoro sério: não se preocupar com os sentimentos alheios, não precisar dar qualquer tipo de satisfação ou poder ter a oportunidade para conhecer outras pessoas a hora que bem entender.

São possibilidades como essas que Dylan (Justin Timberlake) e Jamie (Mila Kunis) querem em suas vidas. Ele é convencido por ela a se mudar para Nova York e faz da ‘caçadora de talentos' sua nova melhor amiga. Os dois se divertem, têm todo tipo de conversa e relatam suas visões sobre namoro e necessidades sexuais. Como os dizeres do cartaz revelam, eles chegam à conclusão de que são maduros o bastante para se tornarem mais íntimos sem estragar a amizade.

Os primeiros momentos exibem o que praticamente todos os casais sonham ter: um relacionamento na cama repleto de diversão e prazer, com cada um tendo liberdade o bastante para dar dicas do que gosta e reclamar sobre o que o outro faz de errado. A utopia do relacionamento perfeito vai esfriando à medida em que percebem que o ser humano continua em busca de algo muito maior do que prazer.

Esse tipo de questão já surgiu em outras oportunidades nos cinemas. O destaque de "Amizade Colorida" é a modernidade com que o assunto é tratado. Observações perspicazes e a contextualização sobre alguns problemas talvez sejam os segredos que tornam o filme mais interessante do que seu rival, "Sexo Sem Compromisso", com Natalie Portman e Ashton Kutcher, lançado neste ano. O roteiro trabalhado pelo diretor Will Gluck não se prende à questão afetiva e flui ao ponto de a comédia romântica se tornar atrativa para homens e mulheres.

O elenco também é outro ponto-chave. Enquanto o casal anterior não demonstra química o suficiente para tentar encobrir falhas no roteiro, Timberlake e Mila divertem e fazem rir como protagonistas. Competentes e sexies, os jovens e promissores atores transmitem com tranquilidade que nem mesmo os melhores amigos podem escapar da pressão exercida pelo amor.




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