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ONG é despejada e leva cachorros para área embaixo de viaduto em Mauá
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
11/05/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Área localizada embaixo do Viaduto Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, na Avenida Papa João XXIII, na Vila Noêmia, em Mauá, tornou-se lar para 54 cachorros desde domingo. Os animais, disponíveis para adoção, são tratados pela ONG (Organização Não Governamental) Lar Anjos de Patas, que foi despejada de imóvel na Vila Itapeva após não conseguir arcar com o aluguel mensal.

Conforme explica a advogada e integrante do conselho consultivo da entidade, Roseni Senhora Del Mondes, 41 anos, o viaduto foi a única alternativa. “Bateu desespero e, quando passei aqui e vi o local, resolvi vir para cá. Quando a pessoa perde o lar vai parar embaixo da ponte, né? Ou soltava todos na rua ou dava um jeito.”

Roseni explica que a ONG contava com apoio de patrocinador para arcar com o aluguel mensal, que girava em torno de R$ 2.700, no entanto, problemas financeiros interromperam a parceria. “A gente tinha tranquilidade para manter os custos de ração (cerca de 23 quilos por mês – aproximadamente R$ 40), energia elétrica, água, remédios, veterinário, casinhas e coleiras. As pessoas até ajudavam com doações, mas acabou ficando pesado”, lamenta.

A expectativa da advogada é por parcerias com o poder público ou empresas no intuito de conseguir área adequada para manter os cães, recolhidos das ruas ou resgatados após sofrerem maus-tratos. Enquanto isso, campanhas estimulam a população a adotar os animais, além de conscientizar acerca da importância da castração para evitar o aumento dos cachorros abandonados. A próxima está agendada para domingo, das 9h às 12h, no Santuário de Santo Expedito, na Avenida Itapark, 3.266, Jardim Itapark.

Quem se identificou com a causa animal e resolveu ajudar foi o advogado e mecânico Daniel Carlos Tomás, 46. Ele doou cinco casinhas feitas de pallet. “Meu pai trabalha nesse ramo e aproveitamos uma sobra de material. Não custa ajudar”, destaca. O colega, o comerciante Jorge Paulo Santana, 46, ressalta a importância do trabalho. “Mauá está abandonada e a ONG está realizando função social. Eles resolvem um problema de responsabilidade do município com verba própria.”

A Prefeitura destacou que ofereceu área pública no bairro Sertãozinho para abrigar os animais, mas o local foi negado. Conforme Roseni, o espaço, que seria emprestado por apenas seis meses, é aberto e não oferece a estrutura necessária.

A administração informou que não é possível alojar os animais no Departamento de Controle de Zoonoses, pois o espaço está com a capacidade esgotada. A área onde os cães estão alojados pertence à Dersa.




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