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Petistas não falam a mesma língua

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu pupilo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), parecem não falar a mesma língua em ao menos um assunto: a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy

Roberto Silva
Do Diário do Grande ABC
27/10/2015 | 07:00
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu pupilo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), parecem não falar a mesma língua em ao menos um assunto: a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Invariavelmente funcionava assim: Marinho conversava com Lula, combinavam um discurso e usava a imprensa para disseminar a teoria; em seguida, geralmente uma semana depois, o ex-presidente também falava em discursos nos eventos a mesma coisa. Foi assim, por exemplo, quando defenderam a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O mesmo enredo foi aplicado em inúmeros outros casos. Mas, desta vez, com o ministro da Fazenda a situação está diferente. Marinho deu declarações duras a favor da queda de Levy. Lula, porém, disse na sexta-feira que seria “desleal” se pedisse a substituição do titular. “Eu disse ao próprio Levy, numa visita no meu escritório, de que a melhor notícia que Dilma tinha dado depois da vitória dela foi a indicação de Levy”, disse o ex-presidente, negando rumores de que fazia lobby para Henrique Meirelles assumir a Pasta. A diferença entre os discursos de Marinho e Lula ocorre porque o ícone do petismo mudou a fala. Semanas atrás foi noticiado que o ex-chefe da Nação teve reunião com Dilma e solicitou mudanças na política econômica para sair da crise, defendeu o afrouxamento do ajuste fiscal e disse que o ministro teria “prazo de validade”. É possível que Lula esteja, agora, pronunciando-se a favor de Levy para não passar a imagem de que manda no Palácio do Planalto, como muitos em Brasília garantem. Até porque Dilma bateu de frente com o PT, que também quer Levy bem longe da Esplanada dos Ministérios. Ela engrossou o caldo e afirmou que seu governo o manterá no cargo. Dificilmente Marinho seria contra uma teoria do ex-presidente. De qualquer forma, o partido e seus principais integrantes não andam, de fato, falando a mesma língua.

Reali de volta?
Grupo do PT de Diadema promete colocar nas próximas reuniões do partido o nome de Mário Reali como pré-candidato à disputa pelo Paço. A ala é encabeçada por Renato do Geb, que sempre se candidata a vereador e deputado e é ligado à parte mais independente da legenda. Com a desistência do deputado federal Vicentinho (PT) de encabeçar a chapa, resta a escolha de um ‘prata da casa’. O ‘plano A’ é o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), mas ele não tem mostrado disposição em encarar o desafio de reconquistar a Prefeitura. Pesa também o fato de seu nome não estar totalmente afastado das investigações da Operação Lava Jato, pois foi tesoureiro de campanhas de Lula e Dilma. Reali não é unanimidade no partido, muito em razão de ter perdido a tentativa de reeleição ao Parque do Paço em 2012. E, neste momento, também não está bem posicionado nas pesquisas. Vai sobrar para quem?

Coadjuvante
O PV de Santo André realiza neste sábado pela manhã sua tradicional reunião aberta, na sede do partido, no Centro. A sigla é comandada por Eric Lamarca e tem um único vereador na cidade, Donizeti Pereira. Em curto espaço de tempo, os verdes se aproximaram do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB), depois quase fecharam apoio à reeleição de Carlos Grana (PT) e, recentemente, acertaram apoio à candidatura de Paulinho Serra (PSDB) ao Paço. Entre encontros e piqueniques – sim, eles se reuniram no parque para discutir política com comes e bebes –, o PV reluta em admitir que, mais uma vez, virá a reboque no pleito, sendo coadjuvante. Até quando? Até estar bom para a meia dúzia que interessa. 




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