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São Paulo é eliminado pelo River Plate nos pênaltis
Por Fernão Silveira
Do Diário OnLine
04/12/2003 | 01:30
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Depois de buscar uma vitória por 2 a 0 no tempo normal, o São Paulo sucumbiu diante do River Plate nas cobranças de pênaltis (4 a 2) e foi eliminado na semifinal da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira à noite, em pleno Morumbi. Para o Tricolor paulista, foi-se embora a última chance de conquistar um título na temporada 2003. Para o River Plate, que amarga um semestre ruim na Argentina, basta esperar o adversário na decisão da Sul-Americana: Atlético Nacional (Colômbia) ou Cienciano (Peru), que jogam nesta quinta-feira à noite, em Cuzco (Peru). O Cienciano venceu o jogo de ida por 2 a 1, em Medellín.

No jogo de ida, há uma semana, em Buenos Aires, o São Paulo perdeu por 3 a 1. A necessidade de abrir pelo menos dois gols de diferença contra os argentinos - só para garantir a decisão por pênaltis - transformou a partida desta noite num pega emocionante. Especialmente no segundo tempo, depois de os donos da casa saírem para o intervalo sem conseguir balançar a rede.

A fase final foi dramática. O São Paulo voltou mais ofensivo e conseguiu superar a defesa do River Plate, amparada por mais uma atuação inspirada do goleiro Franco Costanzo – destaque também no jogo de ida. Rico, após falta cobrada por Rogério Ceni, e Diego Tardelli, num lindo chute de fora da área, garantiram a vitória por 2 a 0 no tempo normal. Era metade do caminho andado para a sonhada classificação.

Mas a decisão por pênaltis, que só ocorreu após um imenso quebra-pau em pleno gramado, coroou a maior competência dos argentinos. Souza (defesa de Constanzo) e Diego Lugano (no travessão) desperdiçaram suas cobranças. Os 'milionários' converteram todos os quatro tiros e garantiram a vaga na decisão.

"Saio triste, com muita dor, mas feliz por ver o São Paulo jogar como há muito tempo não jogava", lamentou o goleiro Rogério Ceni, que machucou a perna esquerda no começo do segundo tempo e terminou a partida no sacrifício. "Hoje eu dei tudo. Dei a minha vida em campo."

Na bola e no pau - A necessidade da vitória obrigou o técnico Roberto Rojas a escalar um time mais ofensivo, com a volta de Diego Tardelli (machucado no jogo de ida) e a entrada do lateral-esquerdo Fábio Santos no lugar de Fabiano. O também chileno Manuel Pellegrini postou o River mais defensivamente, pronto para explorar os contra-ataques. Tanto que o meia ofensivo Marcelo Gallardo, autor de dois gols em Buenos Aires, deu lugar ao volante Ludueña ainda antes do intervalo.

O São Paulo dominou desde o começo da partida. Logo no primeiro minuto, Diego Tardelli recebeu cruzamento na área e cabeceou no travessão – mas a arbitragem já marcava posição de impedimento (duvidosa, no mínimo). A partir daí, as melhores chances do Tricolor saíram em chutes de fora da área. O River deu o troco aos 23, em falta venenosa cobrada por Montenegro da intermediária. Rogério Ceni voou no canto baixo para espalmar.

Os dez minutos finais anteciparam a emoção que viria na fase complementar. Aos 37, Fábio Simplício fez um lançamento milimétrico e deixou Diego Tardelli na cara do gol, mas o atacante tocou mal na saída de Constanzo e desperdiçou a chance. O River deu o troco aos 41, quando Coudet recebeu de Ludueña e chutou em cima de Rogério Ceni. Logo depois, Coudet recebeu outro bom passe dentro da área e finalizou firme, mas o camisa 1 são-paulino fez nova grande defesa.

O segundo tempo já começou eletrizante, com Rogério Ceni operando duas defesas seguidas, logo aos 3 minutos. Na segunda intervenção, que o obrigou a um carrinho arrojado fora da área, o arqueiro machucou a perna esquerda após se chocar com Maxi López. Mesmo mancando e com muitas dificuldades de locomoção, o camisa 1 fez questão de continuar em campo.

Aos 9 minutos, Gustavo Nery recebeu de Fábio Simplício na entrada da pequena área e bateu forte, obrigando Constanzo a outra grande defesa. Na cobrança do escanteio, Diego Tardelli cabeceou livre de marcação e fez o zagueiro Ahumada a tirar a bola em cima da linha. O gol estava perto. Rojas trocou o meia Adriano pelo atacante Rico, colocando o São Paulo ainda mais à frente – tornando-o mais vulnerável aos perigosos contragolpes do River Plate também.

O placar foi aberto aos 22, em falta anotada pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda quase na linha da grande área. Rogério Ceni cobrou rasteiro, na barreira, e Rico aproveitou a confusão para completar, fazendo 1 a 0. Os ânimos se exaltaram de vez na comemoração do gol e Diego Tardelli quase trocou tapas com o zagueiro Ameli – ex-São Paulo. Ficou só no cartão amarelo.

Aceso no jogo, Tardelli dominou na intermediária e acertou um lindo chute de fora da área, aos 29. Constanzo, adiantado, só assistiu à bola morrer no ângulo esquerdo. Era o resultado que o São Paulo precisava para levar a decisão aos pênaltis. Mas ainda deu tempo para Rico e Ameli ganharem cartão vermelho, após uma seqüência de carrinhos violentos no meio-campo.

O apito final de Jorge Larrionda, aos 52 minutos, deu início a uma batalha campal. Fabiano e Pereyra trocaram tapas na linha divisória do gramado. A partir disso, reservas e titulares dos dois lados se agrediram com fartas voadoras e pontapés. Luís Fabiano e Jean, dois jogadores que seriam relacionados para a decisão por pênaltis, acabaram expulsos. Pereyra e Barrado também levaram o vermelhinho.

A decisão por pênaltis foi decepcionante para os 35.600 torcedores são-paulinos que compareceram ao Morumbi nesta quarta à noite. Logo na abertura da série, Souza bateu mal e Constanzo defendeu. Na terceira cobrança, Diego Lugano encheu o pé e acertou o travessão – Rogério Ceni e Fábio Simplício converteram seus chutes. Mas Dominguez, Coudet, Lodueño e Tuzzio bateram com perfeição, fazendo 4 a 2.




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