O ministro de Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante (PT) se isentou ontem de comentar qualquer assunto relacionado às eleições de 2012 ou à crise no governo Dilma Rousseff sobre suspeita de enriquecimento ilícito do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

O petista afirmou que sua prioridade é o comando da Pasta e não está no páreo para concorrer à Prefeitura da Capital ao menos neste momento. "Sou candidato a ministro da Ciência e Tecnologia e essa é minha única preocupação. Não sou mais senador, não respondo mais à agenda política."

Para ele, isso se dá porque no ministério deve ser mantida "postura republicana" e "trabalhar com todos os partidos e governos. Vou preservar meu ministério, meu papel é ter postura respeitosa", referindo-se mais uma vez a não comentar o assunto eleições.

Questionado sobre o que achava da pré-candidatura de Hamilton Lacerda à Câmara de São Caetano mais uma vez se esquivou. Hamilton foi pivô do enfraquecimento da campanha de Mercadante em 2006 ao governo paulista, por conta do suposto envolvimento na negociação de dossiê contra campanha tucana. "Não sou mais dirigente partidário, não faço mais nenhum comentário de natureza sobre qualquer tema eleitoral."

MIRIAM BELCHIOR

Mercadante disse que cabe à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, decidir se sairá candidata à Prefeitura de Santo André no próximo ano. Mas o ministro deixou claro que a expectativa do governo Dilma é que ela permaneça no cargo federal. "Ela cumpre papel muito importante no Brasil como ministra do planejamento."

O petista aproveitou para enaltecer as qualidades de Miriam. "Ela é uma ministra extremamente competente e corajosa, com experiência e iniciativa. Tem toda condição de disputar qualquer cargo público, mas hoje a expectativa de todo governo é que ela continue na função."

AULA NA UFABC

Mercadante ministrou ontem aula magna para quase 2.000 pessoas, entre alunos e funcionários da UFABC (Universidade Federal do ABC), em Santo André.

O ministro deu enfoque para a necessidade de o Brasil sair da zona de conforto e começar a investir mais em pesquisa tecnológica e desenvolvimento. "Não podemos aceitar ser País produtor de matéria-primas e commodities".

Apenas o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), compareceu ao evento como autoridade municipal. "Estou representando Mauá", respondeu ao ser indagado se representava os colegas petistas.