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Zelaya adia retorno e comunidade internacional fecha o cerco a Honduras

Resposta da comunidade internacional parece não ter modificado a vontade das autoridades hondurenhas

Da AFP
01/07/2009 | 12:02
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O presidente derrubado de Honduras Manuel Zelaya anunciou nesta quarta-feira que adiará em 72 horas o retorno ao país, inicialmente anunciado para quinta-feira, depois do ultimato dado pela OEA (Organização dos Estados Americanos) ao governo nomeado em seu lugar para sua restituição.

"A OEA pediu 72 horas e estamos dispostos a apoiar esta decisão", declarou Zelaya em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira em Washington, pouco depois do fim de uma reunião de várias horas do organismo continental que se prolongou por toda a noite.

A assembleia-geral da OEA instruiu seu secretário-geral José Miguel Insulza para que "junto a representantes de vários países realize as gestões diplomáticas dirigidas a restaurar a democracia e o Estado de direito, assim como a restituição do presidente José Manuel Zelaya Rosales".

"Caso estas iniciativas não prosperem em um prazo de 72 horas, a Assembleia Geral Extraordinária aplicará imediatamente o artigo 21 da Carta Democrática Interamericana para suspender Honduras", completa o comunicado oficial.

Dessa forma, a comunidade internacional fechou o cerco a Honduras: a ONU já havia condenado o golpe e exigira o retorno do presidente deposto ao mesmo tempo em que os organismos financeiros internacionais congelaram os empréstimos ao pequeno país da América Central.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, que ouviu um discurso de Zelaya na terça-feira, aprovou por unanimidade uma resolução em que condena o golpe e pede sua volta ao poder, do qual foi expulso por um golpe no domingo.

O Banco Mundial, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o BCIE (Banco Centroamericano de Integração Econômica) anunciaram a suspensão dos empréstimos e pagamentos ao país.

A resposta contundente da comunidade internacional parece não ter modificado em nada a vontade das autoridades hondurenhas.

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, garantiu que há tranquilidade e ordem no país, e pediu aos funcionários públicos que voltem ao trabalho.

O procurador-geral, Luis Alberto Rubí, por sua vez, anunciou uma ordem de prisão internacional contra Zelaya, a quem acusa de 18 crimes, incluindo traição à pátria, abuso de autoridade e corrupção.

Rubí advertiu que assim que Zelaya pisar no país será detido.

As autoridades de Honduras prolongaram o toque de recolher até a próxima sexta-feira, para prevenir eventuais distúrbios, uma vez que duas grandes manifestações ocuparam nesta terça-feira as ruas de Tegucigalpa, uma para exigir a volta do presidente Manuel Zelaya e a outra a favor de Micheletti.




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