Política Titulo São Bernardo
Transparência trava doações, diz Marinho

Prefeito de S.Bernardo alega que fiscalização criou ‘escassez de recursos como nunca vista’

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
22/09/2014 | 07:01
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Denis Maciel/DGABC


Coordenador das campanhas de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em São Paulo e do candidato ao governo do Estado pelo PT, Alexandre Padilha, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou que a transparência e mecanismos de fiscalização de doações financeiras às corridas eleitorais inibiram prática de caixa dois e criaram “escassez de recursos como nunca vistos em campanhas.”

“Por que a minha campanha a prefeito em 2008 foi apontada como a mais cara do País? Porque fiz tudo de forma oficial, mostrei todos meus contratos, assim como o Padilha está fazendo. Os mecanismos criados, diga-se a verdade, pelo governo do PT, do (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) e da (presidente) Dilma (Rousseff), terminaram com o caixa dois. Quem fizer corre grande risco de ser pego, é praticamente impossível. Caixa dois, que tinha muito (em campanhas passadas), acabou. Hoje só quem pode fazer isso (caixa dois) são igrejas, empresas de transporte, jogo do bicho, tráfico. Acabou”, declarou o petista.

Quando se elegeu prefeito pela primeira vez em 2008, Luiz Marinho teve umas das campanhas mais caras do Brasil, com arrecadação de R$ 11,2 milhões.

Outro ponto que cria dificuldade de arrecadação, segundo Marinho, são questionamentos da imprensa a empresas, com base em mecanismos de transparência disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que doam a políticos e, em seguida, vencem licitações públicas, ou, de alguma forma, participam do governo que patrocinaram. “A imprensa faz um trabalho, e não estou questionando se é certo ou não, de pegar no pé de quem faz doação oficial. Isso cria receio”, explicou.

A argumentação de Marinho foi feita para justificar a dificuldade de arrecadação ao projeto de Padilha. O prefeito são-bernardense avaliou que, além da situação externada, a campanha do PT ao Palácio dos Bandeirantes demorou para começar captação de recursos.

“A escassez de recurso, como nunca visto em campanha eleitoral, fez com que o nível da campanha de Padilha, a intensidade, fosse muito sofrível no começo”, destacou Marinho, ao negar que o fato de o candidato petista estar em terceiro lugar, com 9% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha, influencie os patrocinadores.

O petista gastou 743% mais do que arrecadou. Foram R$ 4,1 milhões coletados contra R$ 35 milhões de despesas, de acordo com a segunda parcial da prestação de contas da campanha informada ao TSE. O candidato afirmou que a discrepância de gastos se deu pela condição de ter informado valor total de contratos. “Não é só o Padilha que está com dificuldade para arrecadar, todos estão: Dilma, (os presidenciáveis) Marina (Silva, do PSB) e o Aécio (Neves do PSDB) também”, pontuou Marinho. 




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