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Alunos lembram período do Holocausto

Projeto da Emeief Mariangela Ferreira Aranda Fuzetto ensina importância do amor ao próximo

Mirela Tavares
Do Diário do Grande ABC
04/12/2011 | 07:00
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Ao entrar na Emeief Professora Mariangela Ferreira Aranda Fuzetto, na Vila Junqueira, em Santo André, um painel cheio de borboletas feito pelos 28 alunos do 4º ano A chama atenção de quem passa. Nele, um texto de Nelson Mandela dá o tom do propósito do projeto Holocausto, desenvolvido pela professora Rosana Aparecida de Oliveira Rabello: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinados a amar".

Rosana frisa, no entanto, que apesar do tema estar relacionado a perseguição e massacre dos judeus pelos nazistas, o objetivo foi usar o fato histórico para discutir a importância do combate à intolerância e à discriminação. "De acordo com a faixa etária dos alunos, trabalhamos um pouco o ponto de vista histórico, mas o foco foi abordar questões relacionadas a integração, aceitação, respeito e amor ao próximo", disse a educadora, que contextualizou o assunto também dentro de outros temas mais atuais, como bullying.

O projeto faz parte de um outro ainda maior, envolvendo toda a escola, desenvolvido para atender ao cumprimento da Lei 9.036, de 6 de maio de 2008, que instituiu o Dia da Lembrança do Holocausto, em Santo André. Um dos programas foi a presença do teólogo Alex Sandro Camilo, do Instituto de Teologia de Santo André, que contribuiu para a formação dos professores sobre o assunto. "Como ele também é pedagogo, nos ajudou a tratar do tema da forma mais adequada para cada faixa etária das turmas", afirma a diretora Mirian Conrado Wiesmann.

Em sala, uma das atividades que mais gerou atenção dos alunos foi a leitura do livro O Menino do pijama Listrado, de John Boyne, que descreve a amizade entre dois garotos em tempos de guerra. "Eles se envolveram tanto na leitura que quiseram ver o filme", salienta a professora Rosana, que discutia interpretação do texto a cada conversa, além dos valores percebidos pelos alunos sobre o enredo. "Eu gostei muito e fiquei um pouco emocionada com a história", conta a aluna Amanda Gabrielli, 9 anos. "Não devemos odiar ninguém."

O colega dela, Henrique de Souza, também de 9 anos, garante que ter ódio do outro não adianta nada: "Você mesmo é quem acaba prejudicado", afirma.

Segundo Rosana, no dia-a-dia, o aprendizado sobre o assunto se reflete no tratamento mais cordial entre os próprios colegas, no sentimento de respeito aos pais e aos professores. Os alunos também foram incentivados a pesquisar sobre o assunto e a abordar o tema em várias rodas de conversa.




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