Economia Titulo Sexta-feira Santa
Corvina custa 44,5% menos que bacalhau

Consumidor busca opções mais baratas para hoje;
cação, salmão e até camarão são alternativas

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/04/2014 | 07:06
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Celso Luiz/DGABC


Nem só a bacalhoada é opção de prato principal para a Sexta-feira Santa, comemorada hoje. Os consumidores estão buscando outras alternativas para a data que tem a tradição de ter peixe servido no almoço.

Enquanto o quilo do bacalhau tipo Zarbo na região varia até 44,5%, custando de R$ 19,90, em média, até R$ 28,90, outros peixes como a corvina, por exemplo, custam entre R$ 18,50 e R$ 20. Ou seja, quem optar pelo pescado de preço mais acessível vai economizar até 44,5%.

Segundo pesquisa realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integral de Santo André), o produto está 17% mais caro em relação a 2013 devido à alta do dólar.

Conforme explica Cícera Laura da Conceição, gerente da Peixaria Ramos – localizada dentro do Sacolão da Saúde, na Craisa –, o campeão de vendas para a data ainda é o bacalhau, porém, o consumidor já está buscando outras opções.

“Geralmente quem abre mão do bacalhau prefere peixes inteiros para fazer assado, como a corvina ou o robalo. Já quem quer fazer um peixe mais nobre, tem como alternativas o salmão e o Saint Peter”, explicou.

Quem escolheu a corvina foi o operador de máquinas andreense João Batista, 31 anos. A justificativa foi exatamente a economia.

“Estou levando porque o bacalhau está muito caro. Já a corvina está R$ 18,50 o quilo, o que dá uma boa diferença, além de ser muito gostosa também, principalmente ao molho.”

Já o aposentado da mesma cidade Angelo Antônio Basseto, 62, preferiu o cação. Sua economia foi de 17,95%, já que a média do preço do peixe pode chegar a até R$ 24,50.

“Vou fazer um cação para economizar tempo e dinheiro neste ano, já que estou pagando em dois quilos R$ 45, que é mais barato que o bacalhau (no caso, o do Porto), mas ainda acho os preços bem caros.”

A dona de casa de Santo André Marta Francisco, 41, optou pelo mesmo peixe, segundo ela, por questão de gosto. “Lá em casa a gente não gosta de bacalhau. Eu comprei mesmo pela tradição, porque se você for ver ainda é muito caro, principalmente se for comparado ao preço da carne”, declarou.

MAIS PEIXES - Porém, tem quem não se intimide mesmo com a alta de preços e prefira manter a tradição. É o caso do coordenador de sistemas de São Caetano Márcio Freire, 39, que já comprou o bacalhau na semana passada. Este, porém, não vai ser o único peixe do almoço de hoje.

“Eu estou levando o pintado e alguns filés de tilápia, para ter mais opções. Mas eu me arrependi de não ter comprado antes, já que achei que tudo está mais caro nesta semana.”

O empresário são-bernardense Luiz Tropeia, 48, levou, além do bacalhau, a anchova e o salmão. “Vou fazer tudo na churrasqueira mesmo, só o bacalhau será tradicional, à portuguesa”, disse.

CAMARÃO - Houve também quem optou por frutos do mar, como o microempresário de São Mateus Fábio Francisco Vilela, 40. “Na verdade, o bacalhau já foi comprado. Hoje (ontem) estou levando só o camarão para o risoto”, explicou.

O preço do quilo na Craisa custa R$ 65, para o tipo exportação, e R$ 34 para o tipo Ferro. No Mercado Municipal de São Bernardo, o tipo rosa sai por R$ 58.


Bacalhau diferenciado e peixes prontos também são opções

A Peixaria Ramos, situada na Craisa, oferece diversos tipos de bacalhau. Além do tipo do Porto da Noruega, que sai por R$ 39,90 o quilo, há a opção de levar somente o filé do peixe por R$ 54,50. As lascas saem por R$ 49,90 e o produto limpo e dessalgado é vendido por R$ 64,80.

“Começamos a trabalhar neste ano com essa linha mais premium e teve bastante demanda, principalmente por causa da praticidade. No caso do dessalgado, a pessoa não precisa deixar ele na água por três dias, é só pôr na forma e assar”, disse a gerente do estabelecimento, Cícera da Conceição.

Até ontem, a peixaria contabilizava em torno de 120 encomendas de peixes já assados, entre salmão, bacalhau e até camarão na moranga. “Estamos aceitando encomendas até amanhã (hoje), às 18h. Só não vamos assar o salmão em cima da hora, pois esse é um peixe que dá mais trabalho.”
 




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