A pesquisa eleitoral divulgada pelo Diário ontem deixou os candidatos de Ribeirão Pires otimistas. Até mesmo quem é pouco cogitado para ganhar as eleições no dia 7 de outubro está esperançoso. Alberto Ticianelli (Psol), que aparece em último lugar nas pesquisas, com 1,4% das intenções de voto, se surpreendeu positivamente com o seu desempenho. "Não achei que meus índices de votos e de rejeição tivessem tão altos. Parece-me que as pessoas estão me conhecendo mais. Acreditava que não tinha chance porque sou uma pessoa desconhecida, não tenho a máquina pública (governo) e dinheiro ."

Ticianelli apontou o índice de rejeição mais baixo dos seus adversários como uma oportunidade para ganhar espaço nas urnas. "Diante dessa configuração atual, eu teria chances de vencer". Ele atingiu 9,3% de rejeição, enquanto a ex-prefeita Maria Inês Soares (PT) lidera o quesito, com 57%.

No grupo dos três candidatos que aparecem tecnicamente empatados (com diferença menores que três pontos percentuais), a pesquisa foi encarada positivamente por dois deles. O candidato do PPS à Prefeitura de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), que tem 25% das intenções de voto e ocupa a primeira posição, acredita que seu modelo de candidatura é o que ajudou no resultado.

Desde o início da campanha (no dia 6 de julho), o candidato tem levantado a bandeira do desenvolvimento econômico da cidade, como, por exemplo, o incentivo fiscal (a cobrança de menos impostos) para atrair empresas ao município, caso seja eleito. "Mostra que nós estamos no caminho correto. Estamos gastando sapato, saliva e suor, mas vamos continuar trabalhando." Por outro lado, Dedé - que é o nome do prefeito Clovis Volpi (PV) para sucessão - tem 40% de rejeição.

O peemedebista Saulo Benevides, terceiro colocado, com 22,9% das citações, disse que o resultado é uma forma de reverter a interpretação da atual gestão. "Estou empatado com o Dedé e isso é positivo porque o Volpi divulgava que a gente (PMDB)estava em terceiro lugar na votação."

Saulo, que tem a menor rejeição entre os três líderes (37,9%), acredita que poderá conquistar parte dos 15% dos eleitores que, segundo a pesquisa, ainda não sabem em quem votarão em outubro. "Se sou o menos rejeitado, tenho a tendência de conquistar uma parcela maior desses indecisos".

A petista Maria Inês, que aparece com 22,9% (terceiro lugar) das intenções de voto, afirmou que não chegou a analisar com detalhe os números do levantamento, mas considerou o resultado "normal". "Os números são muito parecidos em relação à última pesquisa." A postulante ao cargo se referiu à pesquisa realizada em junho, pelo Ibope, que mostra Saulo Benevides em primeiro lugar com 25% das intenções de voto, seguido de Maria Inês (24%) e Dedé (21%). A petista discordou do índice de rejeição que apontou ela na liderança entre os candidatos. "Não reflete o que a gente sente na rua".

Petista Maria Inês e moradora se exaltam no Jardim Caçula

A candidata petista à Prefeitura de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares, se exaltou ontem ao ser questionada por uma moradora no Jardim Caçula, durante atividade realizada por quase três horas no bairro. A ex-prefeita cumprimentava os munícipes que estavam na porta de suas casas quando uma eleitora comentou que, durante a gestão da petista, (entre 1997-2000 e 2001 e 2004), a Prefeitura aprovou a planta da construção de sua residência - o que lhe garantiria a ligação da luz - mas demorou mais de seis anos para eletrificar a casa.

Maria Inês, com a voz alterada, pediu para a mulher buscar o documento que comprovasse o recebimento do aval para a execução da obra durante o mandato petista. Segundo a ex-gestora de Ribeirão Pires, é provável que o terreno tenha irregularidades, o que justificaria a falta de energia.

"Pedi para a moradora provar que a Prefeitura aprovou a planta no meu governo. Disse para ela buscar (o documento), mas ela não foi. Nós não aprovamos nenhuma planta que tivesse problemas de irregularidades e quando tem irregularidade, a Eletropaulo não liga a luz", justificou Maria Inês.