Cultura & Lazer Titulo
Ator Werner Schünemann fala sobre Bento Gonçalves
Por Rodrigo Teixeira
Da TV Press
01/02/2003 | 16:34
Compartilhar notícia


Werner Schünemann é capaz de discorrer durante um bom tempo sobre a Revolução Farroupilha, fazer paralelos com outros movimentos separatistas e apontar com precisão diversas passagens. Tanto desembaraço para falar da época em que se passa A Casa das Sete Mulheres, da Globo, tem explicação. E não é pela preparação que fez para viver Bento Gonçalves. Dos 21 aos 24 anos, o ator trabalhou como professor de História. Mas a surpresa, no entanto, é saber que Werner só comprou a primeira bombacha recentemente, tem pouco sotaque e os costumes gaúchos são mais conhecido por ele pelos livros. “O gaúcho de A Casa é o do Sul do Rio Grande do Sul. Até os 40 anos era um mundo estranho para mim, apesar de sempre ter morado no Estado”, diz o ator de 43 anos.

Werner só aprendeu a andar a cavalo para fazer o filme Netto Perde Sua Alma, em 2001, em que interpretou o General Netto, vivido na minissérie por Tarcísio Filho. A atuação no longa de Tabajara Ruas e Beto de Souza rendeu ao porto-alegrense o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Brasília em 2002 e chamou a atenção de Jayme Monjardim. Ao saber que Antônio Fagundes não iria mais viver Bento Gonçalves em A Casa das Sete Mulheres, o diretor convocou Werner, que tem quase 20 filmes no currículo. “Mas os dois papéis são bem diferentes. Netto era um jovem de 32 anos e Bento já tinha 48 quando estourou a revolução”, diz.

Werner também afirma que a minissérie exibe uma versão ficcional do Movimento Farroupilha, apesar de citar com precisão algumas passagens históricas da revolução. Segundo o ator, por exemplo, Bento Gonçalves pode ter tido até 52 filhos, era mulherengo e poderia preparar um golpe no desfecho da revolução. “Ele morreu de forma dolorosa, de pleurisia, dois anos após o fim da guerra.”

Sobre a mudança da telona para a telinha, Werner diz que a maior diferença está no volume das cenas. “No cinema se produz dois minutos ao dia e na TV são pelo menos 20 minutos. Claro que depende do tamanho do papel. Tenho tido um enorme volume de trabalho e preciso estudar, decorar texto e me preparar como nunca. Mas gosto de ter de desenvolver um método para decorar texto, controlar a respiração, algo que não precisava no cinema. Minha vida foi no cinema e adoro um set de filmagem. Mas descobri que também adoro um set de gravação.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;