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Munícipes da região relatam
problemas em obter 2ª dose

Evasão no Grande ABC é de 11,7 mil moradores, segundo prefeituras; problema nos sistemas é maior entrave

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
11/05/2021 | 00:01
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Divulgação


Munícipes do Grande ABC que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid estão com dificuldade para conseguir o agendamento para tomar o reforço do imunizante. No domingo, o Diário mostrou que no Grande ABC 11,7 mil pessoas não retornaram para completar o esquema vacinal e que as prefeituras estavam realizando busca ativa para diminuir a evasão.

De acordo com moradores que procuraram o Diário, a falta de retorno para finalização do processo não ocorreu por esquecimento ou negligência dos vacinados, mas, sim, por problemas nos sistemas de cadastro das administrações municipais, assim como a falta de doses disponíveis nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) que ofertam a livre demanda, como é o caso de Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra.

Os munícipes da região afirmam que, além de os sistemas não funcionarem de maneira eficaz e fácil, não há informações coezas nas UBSs, além de que a busca ativa não ocorre oficialmente, diferentemente do que dizem as prefeituras.

A maior parte das reclamações é de moradores de São Bernardo, que relatam diversos entraves para agendamento. A fisioterapeuta Thaís de Andrade Moura, 34 anos, contou que para conseguir aplicar a primeira dose em sua mãe, de 68 anos, enfrentou verdadeira ‘guerra’. “Como aqui (em São Bernardo) o agendamento é por faixa etária, eu tentei cadastrar a minha mãe no dia do seu aniversário (9 de abril), já que para essa idade o cadastro havia sido aberto no dia 31 de março. Mas, para a minha surpresa, não havia mais doses”, lamentou a moradora do Jardim Farina. “Depois, logo na sequência, abriram vaga para 67 anos”, reclamou Thaís, contando que, depois de muita reclamação, no sábado a mãe foi vacinada. “É inadmissível esse atraso. Eles abrem aplicação para novas faixas etárias e não agendam quem já deveria ter tomado o imunizante”, desabafou Thaís, que espera que a segunda aplicação seja, ao menos, feita no prazo.

A professora Marialda Almeida, 41, não teve boa experiência com a segunda dose em São Bernardo. Sua mãe, Marise Almeida, 72, foi vacinada dia 22 de março, mas, passados 48 dias, a moradora do Rudge Ramos ainda não conseguiu receber a segunda dose. “Para não dizer que o site nunca disponibilizou o agendamento da segunda dose, 15 dias após a primeira dose o site abriu o agendamento, mas, além de o período entre uma dose e outra estar muito próximo, o site estava inconstante e não conseguimos agendar. Depois disso, nunca mais abriu”, lamentou a professora.

O caso de sua mãe, que, além de obesa, tem Alzheimer, preocupa ela e a irmã. “Entramos em contato com a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Rudge Ramos, que solicitou que fôssemos dia 24 de abril, sem agendar, ao Poliesportivo, porém, ao chegarmos lá não tinha ninguém”, contou Marialda, que segue esperando solução. “Vejo uma disputa entre os municípios de quem vacina mais rápido, mas estão deixando de dar a dose completa em quem já tomou”, reclamou.

Questionadas, as prefeituras informaram que estão seguindo o calendário do governo do Estado e que possíveis instabilidades nos sistemas já foram resolvidas. Além disso, as administrações disseram que fazem busca ativa para completar o esquema vacinal dos moradores.

Grande ABC amplia campanha para as pessoas com síndrome de Down e gestantes

Todas as cidades do Grande ABC já estão vacinando portadores da síndrome de Down, gestante e puérperas. São Caetano e São Bernardo também já iniciaram a proteção de pessoas com comorbidades com idade de 55 a 59 anos.

Ontem, no drive-thru do Paço Santo André imunizou 116 pessoas entre munícipes com síndrome de Down e moradores com deficiência entre 55 e 59 anos contemplados com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), que receberam doses da Oxford/Astrazeneca, produzida pela Fiocruz. No Estádio Bruno José Daniel foram imunizados 109 moradores que realizam hemodiálise, e no estacionamento do Grand Plaza Shopping ocorreu a proteção de 113 transplantados de 18 a 59 anos que fazem uso de imunossupressor.

“Santo André segue antecipando grupos prioritários e expandindo a vacinação contra a Covid-19, com segurança e eficiência que nos destacam como uma das cidades que mais vacinam, acima das médias estadual e nacional. Nesta semana, seguiremos com os drives e postos de vacinação atendendo os públicos preconizados pelo PNI (Programa Nacional de Imunização)”, pontuou o prefeito Paulo Serra (PSDB).  




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