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Ovos de Páscoa podem ser parcelados em até 12 vezes

Fabricantes e varejistas lançam mão de ofensiva para evitar fracasso da data em meio às dificuldades econômicas

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/03/2021 | 00:14
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DGABC


O cenário de dificuldades econômicas trazidas pela pandemia do novo coronavírus desperta ofensiva de fabricantes e varejistas para viabilizar o acesso à vedete da Páscoa – neste ano celebrada em 4 de abril –, o ovo de chocolate, que, em um ritmo mais lento do que em anos anteriores, começa a dar o ar da graça nas parreiras de supermercados do Grande ABC.

Há diversas iniciativas para facilitar a compra e evitar fracasso de vendas que pegou o setor ‘de calças curtas’ no ano passado e reduziu em cerca de 40% o comércio de itens sazonais na região, já que a população ainda desconhecia os efeitos da Covid-19 e, no começo, levava à risca as normas de isolamento social, ao mesmo tempo em que o delivery não era tão disseminado como hoje.

A Coop, por exemplo, disponibilizou parcelamento em até 12 vezes no cartão da rede ou em dez vezes em outros plásticos. O Sonda divide valores a partir de R$ 30 em duas parcelas. O Carrefour criou duas linhas de ovos de marca própria, uma infantil e uma adulto, com valor médio de R$ 22,99. A Cacau Show segurou a alta dos preços devido à pandemia – no ano passado, em plena Páscoa, começou a vender dois ovos pelo preço de um e implementou delivery às pressas a fim de desovar os itens da época.

Neste ano, os fabricantes trouxeram 95 novidades, entre ovos de chocolate, bombons, caixas sortidas e barras, e apostaram em dois extremos: produtos mais acessíveis e da linha premium. Além disso, ampliaram o leque de exemplares para pessoas com restrição alimentar, como as opções sem lactose.

De acordo com o presidente da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), Ubiracy Fonsêca, as empresas estão buscando apresentar portfólio que atenda a diferentes perfis. “O setor se adequou ao novo comportamento de compra e às necessidades do consumidor”, afirma.

Segundo Fonsêca, as indústrias conseguiram planejar a atuação dentro do cenário de Covid-19 com antecedência para a Páscoa 2021, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando as indústrias foram surpreendidas com a pandemia já com os ovos expostos nos pontos de venda. No entanto, o número de vagas temporárias, de 12 mil postos, é bem menor do que a média de anos anteriores, de 25 mil.

VALE A PENA?

Para garantir as guloseimas nesta Páscoa, Samuel Durso, professor da Fipecafi, orienta que, se o consumidor estiver em difícil situação financeira, o recomendável é não extrapolar os gastos dessa época em 5% do rendimento. Por exemplo, se a renda for de um salário mínimo, hoje em R$ 1.100, o ideal é que o valor não ultrapasse R$ 55.

“O duro é conseguir fazer caber no orçamento familiar, ainda mais porque ovos de Páscoa não são produtos baratos. Então vale buscar opções, como escolher itens de marca própria ou outra mais barata, comprar bombons ou barras de chocolate ou, ainda, partir para o ovo caseiro. Que, aliás, é excelente alternativa, pois a atitude pode ajudar algum vizinho que perdeu o emprego na pandemia, por exemplo”, aponta.

Com relação às opções facilitadoras disponibilizadas pelos supermercados, como o parcelamento em 12 vezes da Coop, Durso sugere cautela. “Não é aconselhável parcelar a compra de nenhum tipo de comida, como compras do mês, até porque não se tratam de itens duráveis nem de alto custo. E em um momento de incertezas como o que vivemos, qualquer parcelamento deve ter o dobro de cuidado, pois mesmo que seja um valor em torno de R$ 40 mensais, por exemplo, pode pesar no orçamento e gerar um endividamento desnecessário com uma despesa que não é essencial”, assinala. “As pessoas precisam ponderar também que o ano está começando, e todas as outras datas comemorativas ainda estão por vir, o que reduz a capacidade de consumo se já houver comprometimento de renda com a Páscoa.”

Durso, no entanto, avalia que, para o comércio, o fato de apostar em novidades e também em linha mais acessível de produtos pode atrair público que represou o consumo em 2020, e ampliar as vendas. Com seu amplo parcelamento, a Coop espera vender 7% mais. 




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