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Cidade Policêntrica inicia segunda fase
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
04/12/2004 | 12:47
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A Prefeitura de Santo André iniciou nesta terça-feira a segunda fase do programa Cidade Policêntrica, de olho na criação de novos centros de bairro. A intenção é fortalecer ainda mais em 2005 a união das 11 associações já existentes e incentivar o comércio em microrregiões a fim de descentralizar o consumo no município.

Representantes de associações de comerciantes fizeram pessoalmente reivindicações ao prefeito João Avamileno (PT) e ao diretor do Departamento de Desenvolvimento Econômico e Fomento ao Comércio, David Gomes de Souza. O valor a ser investido no próximo ano deverá ser equivalente ao de 2004 – cerca de R$ 5 milhões –, segundo projeções do Executivo municipal.

De acordo com Souza, outras reuniões serão realizadas entre a Prefeitura e comerciantes para que valores, bairros e projetos sejam definidos. "Teremos de analisar cada reivindicação para julgar prioridades, de acordo com o orçamento definido. Temos consciência da necessidade de investimento nas regiões menos desenvolvidas da cidade, mas teremos de organizar os pedidos", diz.

O diretor de desenvolvimento, no entanto, considera que os bairros Utinga, Vila Rica e Cidade São Jorge são locais que devem receber intervenções estruturais para que o comércio local possa se desenvolver, já que estão entre os de maior potencial e com maior concentração populacional da cidade. "Impulsionar o comércio nesses lugares é essencial para manter o equilíbrio de emprego e renda. Reter a fuga de consumidores, em especial das regiões de divisas, será o foco dos trabalhos em 2005."

Para o prefeito Avamileno, os resultados obtidos desde 2001 com o programa Cidade Policêntrica são promissores e representam alternativa para o desenvolvimento regional sustentado. O prefeito destaca que o município vai buscar recursos de fora caso seja necessário. "O projeto dá resultados muito bons e muda o velho conceito de que o Centro da cidade é sinônimo de comércio. Precisamos fortalecer o Centro, mas sem deixar de lado o desenvolvimento dos bairros", afirma Avamileno.

Reivindicações – No ranking dos principais pedidos dos representantes dos centros de bairro lidera o investimento em infra-estrutura. Comerciantes afirmam que, sem a estrutura necessária, é impossível desenvolver as ações comerciais locais. "Para manter a população dentro do bairro é preciso que tenhamos o básico daquilo que há no Centro. Para que um banco ou casa lotérica se instale no bairro, por exemplo, será necessário preparar o terreno. Esse é o primeiro passo da evolução", explica Ed Carlos Melo, ao comentar sobre o comércio que representa, o de Sacadura Cabral.

O presidente da Abaja (Associação do Bairro Jardim), Roberto Carlos Baptistella, reivindica segurança para o bairro. Segundo ele, o desenvolvimento do comércio da região depende de investimentos em policiamento, já que a infra-estrutura está completa. "Controlar também o alastramento de pequenos estabelecimentos se torna fator importante nesse contexto."

Além de melhor gestão das áreas em expansão, o fomento ao comércio – proposto pelo programa – inclui a revitalização urbana e ambiental das regiões. "Essas ações permitem a criação de novos postos de trabalho e contribuem para reduzir as taxas de desemprego na cidade", analisa Souza, diretor de Desenvolvimento. Ele afirma que o empreendedor de Santo André pode, por meio dos incentivos da Prefeitura, ter acesso a linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), Banco do Brasil e Banco do Povo.

Balanço – Além de discutir projetos para 2005, a Prefeitura, juntamente com os representantes de centros de bairro, fez um balanço das intervenções nos microcentros comerciais em 2004.

Durante o ano, o Parque das Nações recebeu cerca de R$ 630 mil para reforma de edifícios, reestruturação do projeto paisagístico e iluminação. O Centro, por sua vez, recebeu a maior parte do recurso do ano – R$ 4 milhões – para reforma da cobertura da rua Coronel Oliveira Lima, drenagem, iluminação e urbanização de praças e pequenas áreas verdes.

Enquanto isso, foram investidos R$ 180 mil no calçadão da rua Dona Elisa Fláquer e R$ 160 mil na reforma da praça de Vila Luzita. "Essa obras foram consideradas prioritárias. Neste ano, no entanto, outros bairros deverão receber os recursos", conclui Souza.




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