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Porcos podem salvar vidas, revela estudo
Do Diário do Grande ABC
25/10/1999 | 14:54
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O porco, animal geneticamente mais próximo do homem, é considerado uma reserva potencial de órgaos capaz de salvar vidas humanas. No Terceiro Encontro Científicos de Brest (oeste da França), realizado neste final de semana, os especialistas tentaram explicar ao grande público esta descoberta que traz grandes esperanças, mas também grandes riscos.

Tendo em vista o limitado número de órgaos humanos de que a medicina dispoe para fazer transplantes, multiplicou as pesquisas científicas sobre o transplante de órgaos animais ou xenotransplantes. Embora ainda nao tenha sido possível fazer um transplante de órgaos de porco para o homem (coraçao, rins), as válvulas cardíacas do porco sao utilizadas há cerca de 30 anos na cirurgia cardíaca e tecidos suínos (pele, ossos) sao usados normalmente na medicina, explicou Louis-Marie Houdebine, diretor de pesquisas do instituto francês de investigaçoes INRA.

Enxertos de pâncreas para o tratamento da diabetes, transplantes de células do sistema nervoso contra o mal de Parkinson: os xenotransplantes deixam antever avanços terapêuticos.

Segundo Philippe Vannier, diretor do instituto de pesquisas de Plufragan, que depende da Agência Francesa de Segurança Sanitária, estes transplantes trazem três grandes problemas: a rejeiçao do órgao transplantado, a incompatibilidade eventual entre a fisiologia humana e a animal e os riscos de infecçao. A maioria dos países industrializados realiza pesquisas sobre o assunto. Os cientistas trabalham com porcos geneticamente modificados, artificialmente desprovidos dos elementos antígenos que permitem ao organismo receptor reconhecer o invasor.

Vannier dirige um programa de pesquisas que trabalha com porcos isentos de organismos patogênicos específicos e destinados ao estudo dos xenotransplantes. Estes animais sao criados em um espaço totalmente isolado. O programa tem como objetivo fazer o inventário de todos os retrovírus que podem ser transmitidos do animal para o homem e combatê-los.

Muitos cientistas, entre eles Michel Somville, especialista em organismos geneticamente modificados (OGM) e membro do comitê da bioética da Bélgica, sao extremamente reservados e advertem que existem ``riscos de haver uma propagaçao entre espécies de novas doenças ou epidemias'.

Os cientistas destacam ainda, que o mercado de xenotransplantes `'será de US$ 6 bilhoes dentro de dez anos'.




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