Tendo em vista o limitado número de órgaos humanos de que a medicina dispoe para fazer transplantes, multiplicou as pesquisas científicas sobre o transplante de órgaos animais ou xenotransplantes. Embora ainda nao tenha sido possível fazer um transplante de órgaos de porco para o homem (coraçao, rins), as válvulas cardíacas do porco sao utilizadas há cerca de 30 anos na cirurgia cardíaca e tecidos suínos (pele, ossos) sao usados normalmente na medicina, explicou Louis-Marie Houdebine, diretor de pesquisas do instituto francês de investigaçoes INRA.
Enxertos de pâncreas para o tratamento da diabetes, transplantes de células do sistema nervoso contra o mal de Parkinson: os xenotransplantes deixam antever avanços terapêuticos.
Segundo Philippe Vannier, diretor do instituto de pesquisas de Plufragan, que depende da Agência Francesa de Segurança Sanitária, estes transplantes trazem três grandes problemas: a rejeiçao do órgao transplantado, a incompatibilidade eventual entre a fisiologia humana e a animal e os riscos de infecçao. A maioria dos países industrializados realiza pesquisas sobre o assunto. Os cientistas trabalham com porcos geneticamente modificados, artificialmente desprovidos dos elementos antígenos que permitem ao organismo receptor reconhecer o invasor.
Vannier dirige um programa de pesquisas que trabalha com porcos isentos de organismos patogênicos específicos e destinados ao estudo dos xenotransplantes. Estes animais sao criados em um espaço totalmente isolado. O programa tem como objetivo fazer o inventário de todos os retrovírus que podem ser transmitidos do animal para o homem e combatê-los.
Muitos cientistas, entre eles Michel Somville, especialista em organismos geneticamente modificados (OGM) e membro do comitê da bioética da Bélgica, sao extremamente reservados e advertem que existem ``riscos de haver uma propagaçao entre espécies de novas doenças ou epidemias'.
Os cientistas destacam ainda, que o mercado de xenotransplantes `'será de US$ 6 bilhoes dentro de dez anos'.
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