Cerca de 3.000 casas populares estão previstas para ser entregues até o final do ano no Grande ABC. Os recursos são provenientes da receita dos municípios, do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal e de parcerias com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) órgão vinculado ao Estado.

Apesar do investimento significar vida nova para muitos dos contemplados, o avanço ainda é irrisório perto do déficit habitacional da região: são 225 mil pessoas morando em núcleos habitacionais, número que representa 9% da população do Grande ABC. A soma dessas pessoas é semelhante à população de São Caetano e Ribeirão Pires.

"Construir 3.000 casas não é um número aceitável. Mas tem explicação: o PAC não chega na população de menor renda, a CDHU ainda não produz metade das moradias que deveria no Estado, e por sua vez, os municípios não investem na área", diz a professora de Planejamento Urbano da USP, Ermínia Maricato.

Das 3.000 residências previstas para este ano, 1.334 serão construídas pela CDHU em São Bernardo, Santo André e Mauá. O valor do investimento é de R$ 61,4 milhões. Ainda neste ano está programado o início de outras 4.128 unidades habitacionais para as cinco maiores cidades da região.

O superintendente de planejamento habitacional da CDHU, Eduardo Trani, diz que sozinhos, os Estados não têm como dar conta do problema da habitação no País. "A posição do governo é ter uma união de esforços que envolve governo federal e municípios. A segunda linha de trabalho é investir na urbanização de favelas, mas estes são projetos caros, longos e requerem a regularização fundiária nem sempre possível."

Trani lembra a dificuldade da região em disponibilizar áreas livres para a construção de novas casas sem agredir as áreas de proteção ambiental que constituem a maior parte das cidades.