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Palestinos manifestam cólera pelos ataques de 11/9
Da AFP
11/09/2002 | 09:14
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Há um ano, alguns palestinos chocaram a opinião pública sensibilizada pelas imagens dos atentados nos Estados Unidos, ao expressar sua simpatia pelo dissidente saudita Osama Bin Laden. Hoje, entre os palestinos, reina a cólera por tudo o que os ataques provocaram.

Algumas horas depois dos atentados, pequenos grupos de palestinos se manifestaram esporadicamente em favor de Bin Laden nos territórios palestinos, imagens imediatamente transmitidas para o mundo inteiro.

No primeiro aniversário desses atentados, o presidente palestino Yasser Arafat acusou Israel de ter "manipulado" o 11 de setembro para associar a Intifada com o terrorismo e assim "justificar a reocupação" das cidades palestinas.

Em Ramalah, Cisjordânia, os palestinos autorizados a sair depois de uma curta suspensão do toque de recolher apoiaram o discurso de Arafat e expressaram seu desespero ante o silêncio da comunidade internacional, que, segundo eles, ignora seus sofrimentos.

As teorias sobre um complô estão em todas as bocas e alguns estão convencidos de que os atentados de 11 de setembro não passaram de uma montagem para lançar uma guerra contra o Islã.

"O 11 de setembro foi uma coisa horrível. Se uma minoria de palestinos se congratulou no ano passado, foi porque sofremos muito com a ocupação israelense e porque pensamos que seria bom que outro povo sofresse também para entender nossa situação", disse Hussam Mitwalli.

"Até hoje esperamos que o povo norte-americano se questione sobre as razões desta tragédia e que pressione seu governo a mudar de política", comentou este engenheiro em informática, 31 anos. "Mas as coisas pioraram para nós. Os Estados Unidos se comportam como Israel e se recusam a ir ao fundo do conflito".

Para Ramzi Khury, 22 anos, "os palestinos estão tão desesperados que ainda acreditam que os Estados Unidos possam reexaminar sua política". "Está claro que o 11 de setembro foi benéfico para os Estados Unidos e seu aliado Israel. Soube desde o começo que se tratava de um complô", acrescentou este motorista de táxi.

Mitwalli descarta a teoria de complô que, segundo disse, foi eliminada depois da última confissão de Bin Laden.

Mas, acrescentou, o 11 de setembro deu a George W. Bush e a Ariel Sharon a oportunidade inesperada de controlar o resto do mundo. Com o fim do comunismo, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo, que encontraram no Islã.




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