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Seis métodos testam a Covid-19

Anvisa validou todas metodologias disponíveis; na região, exames rápidos e RT-PCR são os mais usados para confirmação da doença

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
04/04/2020 | 04:14
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Nario Barbosa/DGABC


A cada dia a Covid-19 se mostra mais letal no Brasil, somando 9.216 casos e 365 mortes – só na região são 170 pacientes e 12 óbitos. No entanto, não são só as estatísticas que evoluíram de maneira rápida, mas a possibilidade de testes também. Atualmente, o País conta com seis metodologias validadas e aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), entretanto, dois tipos de exames são mais comuns para confirmação da doença, o RT-PCR, feito através de secreções nasais ou da garganta – o método detecta a presença do vírus no organismo –, e o teste rápido, feito pelo sangue ou através de secreção nasal – a análise demonstra os anticorpos quando o paciente tem a doença recente e se contraiu em algum momento.

A infectologista e docente do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Lena Peres explicou que o chamado RT-PCR identifica o vírus quando a doença está agindo no organismo do paciente. “Será usado para casos graves e em vigilância sentinela, ou seja, para saber da circulação do vírus”. Já os testes rápidos, segundo a especialista, buscam a resposta do sistema imunológico na passagem do vírus. “Serão usados principalmente para profissionais de saúde, garantindo a segurança e proteção deles”, reforçou Lena.

A médica afirma que cada teste tem o seu uso ideal e, portanto, não se pode dizer qual dos dois é o mais eficaz. “Os testes rápidos podem apresentar falsos negativos, ou seja, cerca de 25% dos casos que derem negativos, podem, depois, apresentar a doença, pois o corpo leva um tempo para detectar a imunidade. Mas em 75% dos casos ele (o teste) acerta. Sempre será melhor ter um teste do que não ter nenhum”, sintetizou.

Farmacêutico bioquímico e gerente de produção do Grupo São Marcos – responsável pelos laboratórios LabHormon e Laborfase –, Diogo Coelho explicou que até o início do mês de março só estavam disponíveis exames de metodologia RT-PCR, como os utilizados pelo grupo. “Recentemente começaram a ser disponibilizados testes imunológicos ou de sorologia”, explicou.

O especialista ressalta que os exames rápidos são feitos de dois modos. “No sorológico o resultado é baseado na reação entre pequenas partes específicas do vírus, presentes no teste, e anticorpos produzidos pelo corpo humano contra a doença, que aparecem na amostra de sangue”, explicou Coelho. “Já o antigênico é utilizado para detectar na amostra de secreção, através da reação com anticorpos presentes no teste”, comparou.

O especialista comentou os outros tipos de exames validados pela Anvisa, chamados Elisa, Imunofluorescência e Quimioluminescência. “Os testes têm os mesmos princípios dos rápidos, a diferença é que no Elisa a detecção é pela cor; o Imunofluorescência, pela emissão de luz ultravioleta; e o Quimioluminescência, pela emissão de luz visível” frisou Coelho. 


Consórcio deve entregar exames até o fim do mês

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC está adquirindo 1 milhão de kits de exames para confirmação da Covid-19, do método conhecido como ‘teste rápido’. A previsão da entidade é a de que os itens sejam distribuídos entre as sete cidades da região até o fim deste mês.

Em videoconferência realizada ontem com os sete secretários de finanças dos municípios, os chefes das pastas garantiram que, segunda-feira, o valor para compra dos kits será repassado para a entidade através do Fundo Municipal de Saúde das prefeituras. Após efetuado o pedido, o material deve ser entregue em até 15 dias.

Segundo o Consórcio, o modelo de exame escolhido tem como objetivo analisar o vírus por meio da detecção de anticorpos. O investimento da entidade será de aproximadamente R$ 5 milhões e será suficiente para analisar a situação de 36% da população do Grande ABC, composta por cerca de 2,8 milhões de habitantes.

Os testes são da marca One Step Covid-19 Test, aprovado pela Anvisa e validado pelos secretários de saúde dos sete municípios consorciados por meio do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde.

A entidade explicou que o teste escolhido é qualitativo e auxilia na triagem e diagnóstico de pacientes suspeitos de infecção, o que considera ser indispensável ao controle epidemiológico. Em nota, o Consórcio afirmou que, “desta forma, em poucas etapas é possível identificar ainda pacientes assintomáticos”.

Conforme já divulgado pelo Diário, o material será dividido proporcionalmente conforme o número de habitantes de cada município. Assim São Bernardo terá direito a 300.708 kits. Depois seguem Santo André, com 255 mil; Mauá, com 169.510; Diadema, com 151.937; São Caetano, com 57.754; Ribeirão Pires, com 44.229; e, por último, Rio Grande da Serra, com 18.255. 




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