"A notícia estará nas manchetes durante um ou dois dias, mas a dor será repassada a várias gerações de minha família", disse o irmão do refém assassinado, Ty Hensley, à rede de notícias CNN.

Hensley descreveu o irmão mais velho, que faria 49 anos nesta quarta-feira, como um "homem inocente extraordinário", que tinha ido ao Iraque "como parte de uma alternativa" de trabalho para manter sua família.

Sua esposa Pati, alarmada com os problemas de segurança no Iraque, tinha-lhe pedido recentemente que regressasse, mas ela não teve essa sorte, disse Hensley. "Ele estava tentando ficar por um ano para acumular algum dinheiro", explicou.

Jack Hensley, o outro americano decapitado, Eugene “Jack” Armstrong, e o britânico Kenneth Bigley, que ainda permanece refém, eram empregados da companhia Gulf Supplies and Commercial Services, especializada em construção e em serviços gerais no Oriente Médio. Hensley trabalhava como coordenador de projeto dessa empresa de engenharia civil no Iraque.

Condenação- Também nesta quarta-feira a Casa Branca condenou o assassinato de Hensley, mas advertiu que esses atos "bárbaros" não vão desviar Washington, capital americana, de seus objetivos no Iraque.

"Nossos pensamentos e nossas orações estão dedicados à família Hensley. Sua força durante esses tempos difíceis foi incrível", destacou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, paralelamente a um comício eleitoral do presidente dos Estados Unidos na Pensilvânia (leste).

"Os terroristas querem nos aquebrantar, mas não o conseguirão. Isso mostra a verdadeira natureza bárbara dos inimigos que enfrentamos no Iraque (...). Mas serão derrotados, não triunfarão", afirmou McClellan. E ele prosseguiu: "terroristas como al-Zarqawi não têm nenhum respeito pela vida de inocentes. Jack Hensley estava no Iraque para ajudar à população desse país".

Confirmação- Mais cedo, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, capital iraquiana, confirmou que o corpo entregue pelas autoridades iraquianas era o de Hensley.

Um porta-voz da embaixada disse que todas as providências foram tomadas para garantir o repatriamento do corpo aos Estados Unidos.

A embaixada americana já enviou aos EUA o corpo de Armstrong, o outro refém decapitado pelo grupo do jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi, Tawhid wal Jihad, nos últimos dias.