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PR terá banco de sangue de cordao umbilical
Do Diário do Grande ABC
18/12/1999 | 14:43
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O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná terá, dentro de um ano, um dos maiores bancos de sangue de cordao umbilical da América Latina, com previsao de coletar, nos dois primeiros anos, 3 mil unidades. O início das obras marcou neste sábado as comemoraçoes dos 20 anos do Serviço de Transplante de Medula Ossea do hospital.

O projeto prevê integraçao com outros 24 bancos existentes no mundo, com cerca de 33 mil unidades coletadas. Isso possibilitará maior oferta de células-tronco (das quais sao produzidas as outras células do sangue) para os pacientes com leucemia ou outras doenças que levem a uma menor produçao de células sangüíneas.

Estudos recentes mostram que, como a medula óssea, o sangue do cordao umbilical é rico em células diferenciadas, que podem repor o suprimento sangüíneo de um paciente e restabelecer o sistema imunológico, depois de altas doses de radiaçao e quimioterapia.

O primeiro transplante com sangue do cordao umbilical foi feito na França em 1989. O Hospital de Clínicas da UFPR já realizou 15 intervençoes com essa mesma técnica, das quais cinco entre nao-aparentados. A primeira foi em 1992.

De acordo com o chefe do Serviço de Transplante de Medula Ossea do HC, Ricardo Paquini, a criaçao do banco e sua ligaçao com a rede internacional e outros centros que estao sendo implantados no Hemocentro de Ribeirao Preto (SP) e no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, ampliam as possibilidades de se encontrar um doador compatível. Além disso, dá-se um destino nobre a um produto que normalmente é desprezado nas salas de parto.

Para regulamentar a coleta, exames e materiais adequados à intervençao, já foi implantado o Brasilcord, organismo ligado ao Ministério da Saúde, do qual o HC faz parte. Segundo Pasquini, há necessidade de se fazer exames minuciosos no sangue, que posteriormente é congelado e suas características ficam disponíveis na rede. O médico acredita que, após a conclusao das obras do Banco de Sangue de Curitiba, serao necessários mais dois anos para se ter um número ideal de unidades disponíveis.

De acordo com o HC, o custo dessa intervençao é menor e resulta em menos rejeiçao que a do transplante de sangue de medula óssea ou do sangue periférico. No primeiro, o sangue é aspirado da medula de um doador e passa-se a célula-tronco para o doente por meio de transfusao.

No segundo caso, a célula-tronco é obtida no sangue periférico, que circula pelos braços e pernas. O transplante é indicado sobretudo para pacientes com leucemia aguda. O tratamento de quimioterapia agressiva destrói células cancerígenas e também as nao doentes, que ficam sem condiçoes de produzir células normais.




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