Idosos do Grande ABC listaram, pela primeira vez, suas demandas e necessidades. O trabalho foi realizado pela 1ª Conferência Regional dos Direitos da Pessoa Idosa do Grande ABC, promovida pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

No segundo dia de atividades, finalizado ontem, foi formatado e aprovado documento com as demandas consideradas prioritárias pela população com idade a partir de 60 anos da região, com sugestões de todas as cidades consorciadas. Também foram eleitos os delegados municipais que representarão os municípios na Conferência Estadual da Pessoa Idosa, que deve ser realizada até 15 de agosto.

Entre as propostas apresentadas pelos idosos da região, estão a ampliação dos centros de referência do idosos, de locais e atividades físicas, de lazer e esporte para pessoas com 60 anos ou mais com acompanhamento de profissionais capacitados, de vagas gratuitas de estacionamento para pessoa idosa nas vias públicas, de programas que contribuam com a reinserção do morador da ‘melhor idade’ no mercado de trabalho, por exemplo.

Na área da saúde, um dos principais pleitos é a descentralização da distribuição de medicamentos de alto custo, que hoje é entregue somente no Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André. A proposta é uma demanda antiga do Consórcio e já foi encaminhada ao governo do Estado para que esse tipo de remédio seja entregue também nas unidades do Poupatempo existentes no Grande ABC, mas o programa ainda depende de aprovação e implementação estadual.

No transporte, os idosos da região pedem a extinção do cartão com biometria para acesso aos ônibus, qualificação dos motoristas para melhor atendimento da população com mais de 60 anos e melhoria na acessibilidade dos veículos.

“Essa conferência foi um evento inédito e marcante para o Grande ABC. Teve a participação da população, com propostas que serão levadas para a Conferência Estadual da Pessoa Idosa, onde haverá discussão em âmbito ainda maior”, comentou a coordenadora do Grupo Temático Pessoa Idosa, Solange Aparecida Zilli.

Conforme a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), o Grande ABC tem aproximadamente 250 mil idosos, número correspondente a 12,9% da população total – o levantamento é de 2017.

Segundo pesquisadores da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em 2025 o Brasil será a sexta maior população de idosos no mundo. Na região, a estimativa do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano) é a de que a proporção de moradores idosos entre as sete cidades ultrapasse a de crianças e jovens com até 15 anos daqui seis anos.