Recém-empossado deputado estadual, o ex-vice-prefeito de Diadema Márcio da Farmácia (Podemos) mudou o discurso e, agora, evita cravar que será candidato à sucessão do prefeito Lauro Michels (PV), como chegou a pregar pelo menos até o ano passado, quando admitiu explicitamente que trabalharia para ser o nome do governo nas urnas na eleição do ano que vem.

Oficialmente, o agora parlamentar paulista não nega, mas também não descarta a possibilidade de encabeçar o projeto governista no próximo ano. O Diário apurou, porém, que internamente Márcio já teria sinalizado aos aliados no Parque do Paço que não pretende mais ser o prefeiturável do governo no pleito do ano que vem por motivos particulares.

Diferentemente de um ano atrás, quando afirmou ao Diário que iria “trabalhar para ser candidato à sucessão” de Lauro, Márcio disse, uma semana antes de assumir mandato na Assembleia Legislativa, que, “no momento”, seu propósito é o de seguir como deputado estadual. “O meu posicionamento hoje é de fazer um excelente trabalho como deputado, trazer recursos para a cidade, fazer com que a população fique satisfeita com o voto que me proporcionou nas eleições de 2018”, afirmou, ao emendar, porém, que não descarta mudar de ideia, de novo. “Não (descarta ser candidato à sucessão de Lauro). A política é dinâmica. A gente não pode dizer que as coisas não vão acontecer, mas hoje, no momento, meu propósito é esse (de seguir deputado)”.

HISTÓRICO

Márcio da Farmácia foi eleito no ano passado com 44.969 votos, sendo 35.308 adesões (78,5%) só em Diadema. A construção da candidatura do então vice-prefeito de Lauro foi registrada por incertezas e rachas internos, tendo em vista que outras figuras aliadas ao governo pleiteavam patrocínio do Paço para sair a deputado estadual, como o vereador Marcos Michels (PSB), primo do prefeito. No fim do processo de negociação, Marcos retirou a candidatura com a palavra do governo de que será o candidato a prefeito em 2020.

Vereador por dois mandatos consecutivos (2009-2011 e 2013-2016), Márcio teve o capital político valorizado ao longo das eleições, a ponto de se credenciar a ser candidato a vice na chapa de Lauro no pleito de 2016. No pleito municipal passado, além de garantir a cadeira de número dois na Prefeitura de Diadema, elegeu o filho, Márcio Júnior (PV), 22 anos, que nunca havia disputado cargo eletivo, como vereador.