Setecidades Titulo SAÚDE
Região tem 1.200 pacientes na fila de espera por transplantes

Rins e córneas são os órgãos com maior demanda; campanha conscientiza familiares

Juliana Stern
especial para o Diário
15/09/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Órgãos de Saúde promovem, neste mês, a campanha Setembro Verde para conscientizar sobre a importância da doação de órgãos. Na região, 1.222 pessoas estão na fila de espera por algum tipo de transplante. Até o fim de agosto, 273 moradores do Grande ABC passaram pelo procedimento. Especialistas enfatizam a importância do diálogo com a família e de profissionais treinados para que o processo seja mais eficiente e as filas diminuam.

O CHM (Centro Hospitalar Municipal) Dr. Newton da Costa Brandão, em Santo André, deu início a campanha interna de incentivo à doação de órgãos, iluminando o prédio, na Vila Assunção, com luzes especiais desde a primeira semana do mês. Cartazes também foram espalhados pelo hospital. “Queremos incentivar o diálogo entre familiares, que é fundamental, pois o desconhecimento sobre a vontade de parentes pode inviabilizar o processo de captação e transplante de órgãos. É um aviso que pode salvar muitas vidas”, destacou o médico Timóteo Moia Sanches Júnior, especialista em clínica médica e terapia intensiva e coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital.

Dos municípios da região, Santo André concentra a maior parte de pessoas que passaram por transplante nos últimos oito meses – 91. Na sequência, estão São Bernardo, com 82 pacientes beneficiados; Diadema, com 39; e Mauá, com 37. Em São Caetano, 15 moradores foram contemplados com o procedimento e, em Ribeirão Pires, 8. Já Rio Grande da Serra registrou apenas uma pessoa transplantada.

Os números do Grande ABC são condizentes com a média do Estado, de acordo com a coordenadora do Sistema de Transplantes do Estado de São Paulo, Marizete Peixoto Medeiros. Entretanto, a região se destaca quando comparados os números de doadores por milhão de habitantes – são, em média, 30 entre as sete cidades. Já no Estado, o número é de 23,7. 

Para Marizete, o cenário é atribuído ao bom treinamento dos profissionais envolvidos no processo de doação. “A equipe médica relacionada ao tema deve ser bem treinada e rápida. As comissões hospitalares regionais são envolvidas na busca de potenciais doadores e treinadas para cuidar do paciente, da família e do órgão doado. Melhores profissionais, maior índice de doação.”

Em relação à fila de espera, os números da região também se assemelham aos do Estado. O órgão com maior demanda para transplantes é o rim, seguido das córneas. Dos 1.200 pacientes que precisam do procedimento, 868 aguardam por um rim; e 278 de córneas. 

Segundo Marizete, a alta demanda pelo rim se deve à alta incidência de doenças que afetam o órgão, como diabetes. “Doenças que levam à falência dos rins são prevalentes na sociedade, o que faz a demanda por transplantes ser alta. A captação não acompanha, porque quem tem essas doenças não pode ser doador.” 




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