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Campanha da A-2 de 1997 foi histórica mesmo sem promoção

Rebaixado em 1994, Santo André chegou a ter 24 partidas de invencibilidade, mas acesso escapou no fim

Por Marcelo Argachoy
Especial para o Diário
e Anderson Fattori
16/09/2017 | 07:00
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Foram 12 anos na elite do futebol estadual até o primeiro rebaixamento da história do Santo André, no Campeonato Paulista de 1994.

Nos dois anos seguintes, o acesso ficou distante. Mas, em 1997, o Ramalhão fez uma das campanhas mais brilhantes de seus 50 anos de história.

Vinte anos atrás, o Santo André bateu recordes ao ficar 24 partidas sem perder – marca que segue imbatível até os dias atuais. Foram 12 vitórias e 12 empates e 50 gols marcados.

Após passar com tranquilidade na primeira posição do Grupo 1, o Ramalhão se juntou a Ituano, Novorizontino e Matonense no quadrangular final, com duas vagas para a Série A-1 de 1998 em disputa.

A sequência invicta teve fim na terceira rodada da fase final, quando o Santo André foi derrotado fora de casa pelo Ituano, em partida marcada pela arbitragem polêmica de Oscar Roberto Godoy.

Depois do tropeço em Itu, o Ramalhão não conseguiu reencontrar o caminho das vitórias no quadrangular final, e acabou deixando o acesso escapar por dois pontos. Mesmo assim, o reconhecimento permanece.

Quem fazia parte do histórico elenco andreense era o hoje treinador do Água Santa, Jorginho, que já havia atuado pelo clube em 1993 e 1994.

“É uma alegria, um prazer imenso falar do Santo André. Formamos um dos melhores times que o clube já teve, a torcida é maravilhosa e eu gosto muito da cidade, que foi acolhedora”, disse Jorginho, que não descartou retornar ao Ramalhão no futuro.

Jorginho aproveitou para deixar seus parabéns para o aniversário de 50 anos do Santo André. “Espero que o time volte a crescer, porque é muito bom ver o Ramalhão bem. Sou muito grato por ter tido a oportunidade de vestir a camisa desse clube e ter vários bons momentos por lá”, concluiu o ex-meia.
 

Adãozinho vira herói com pênalti em 2001

Passava dos 46 minutos do segundo tempo e o Bruno Daniel, lotado, assistia angustiado ao Santo André deixar escapar o acesso para a elite do Paulista em 2001. Na cabeça vinha a campanha quase perfeita de 1997 e, outra vez, agora contra o Ituano, o time não iria subir. Até que Moreno chutou e Sandro Gaúcho foi puxado por Paulo Sales na área. Pênalti! Explosão de alegria poucas vezes vista no estádio. Na sequência, silêncio absoluto, interrompido pela vibração provocada pelo chute certeiro de Adãozinho, no canto direito de André Luiz. O Ramalhão estava na Primeira Divisão.

Naquele campeonato o torcedor andreense teve de aprender a sofrer. Na medida em que o vizinho e rival São Caetano evoluía e encantava o Brasil, o Santo André seguia na Série A-2. A diretoria montou bom time, mas o primeiro turno foi catastrófico e a sexta posição em torneio de pontos corridos, no qual só os dois primeiros estariam na elite, incomodava.

Foi então que o clube recorreu a Luiz Carlos Ferreira – substituiu Benazzi – e ele protagonizou um dos seus primeiros milagres no clube. O técnico trouxe com ele nomes importantes como Sandro Gaúcho – que depois se tornaria ídolo – e o goleiro Maurício, eternizado pelas sambadinhas a cada pênalti defendido. Mais tarde, na reta final, chegou o predestinado Adãozinho, cedido pelo Azulão por empréstimo. Apesar da rivalidade entre as torcidas, essa era a prova do ótimo relacionamento entre as diretorias.

O Santo André subiu de produção e na derradeira partida precisava derrotar o Ituano. O adversário também subiria se vencesse, o que deu ares de final ao jogo. Na véspera, os 18 mil ingressos haviam sido vendidos. Foi difícil, sofrido, mas desta vez o Santo André não decepcionou e a vitória por 1 a 0 entrou no seleto rol das grandes conquistas do clube.

Herói do jogo, Adãozinho diz que até hoje é lembrado pelo lance. “Foi marcante na minha carreira. Fui emprestado pelo São Caetano e tive o privilégio de converter aquele pênalti”, disse o ex-meia, que agora trabalha com o sub-15 do Osasco Audax. “O batedor oficial era o Sandro Gaúcho, mas ele disse que a perna estava puxando. Então peguei a bola e fui para a cobrança”, finalizou.  




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