Saída de 42 famílias está suspensa até que Prefeitura cumpra determinações
As 42 famílias que ocupam há um ano conjunto de prédios inacabados na Rua Pérola, no Jardim Itapark Novo, em Mauá, devem continuar no local por tempo indeterminado. A Prefeitura informou que a data limite para a desocupação, ontem, era apenas para saída voluntária das famílias.
Segundo o advogado que representa os ocupantes, Fábricio Tavares, a ordem judicial que determina a reintegração de posse está suspensa enquanto a administração municipal não cumprir as determinações exigidas pelo juiz para a remoção: bolsa aluguel, abrigo temporário e veículos para levar a mudança das famílias. "Na sexta-feira (hoje) faremos reunião com os ocupantes para explicar esses detalhes, pois eles estão assustados com a saída iminente. Eles têm sim de deixar o local, porque o prédio é destinado a outras famílias, mas não podem fazer isso sem ter para onde ir."
Os moradores não se negam a desocupar a construção, mas afirmam não conseguir imóveis para alugar na cidade. "Até saí para procurar, mas ninguém quer alugar casa para a Prefeitura. A gente tem que ir atrás de tudo, fiador, conta no banco. A maioria aqui nem tem como comprovar renda", reclama a desempregada Viviane Aparecida Batista, 33 anos.
A Prefeitura de Mauá, por sua vez, afirma que a manutenção da ocupação seria injusta, uma vez que os apartamentos estão sendo construídos para famílias anteriormente cadastradas em programas sociais públicos e que participaram dos devidos processos previstos em lei para obter a casa própria.
O poder público garante que, assim que os edifícios forem desocupados pelas famílias, reiniciará a obra do Condomínio Jardim Kennedy, que tem prazo de conclusão de nove meses. A construção foi interrompida ainda na gestão anterior, em 2006, por suspeita de desvio de verbas.
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