A Embratel pode transformar-se numa empresa de Internet. A aposta da operadora de longa distância nesse segmento do mercado é tao forte - com perspectiva de crescimento de 70% ao ano até 2001 - que o presidente da empresa, Dílio Penedo, nao se inibe em fazer esse prognóstico. "A empresa de telecomunicaçoes do futuro será uma empresa de Internet. Entao, o que temos de fazer é nos transformarmos em uma empresa de internet", afirmou a analistas do mercado de capitais na primeira apresentaçao da empresa aos analistas de Sao Paulo.

A grande jogada da Embratel será a inauguraçao, ainda este ano, do cabo ótico Américas II, um investimento de US$ 350 milhoes, do qual a operadora brasileira participa com metade. O cabo, com capacidade de 20 gigabits, será dedicado quase exclusivamente à Internet.

Apenas no ano passado, o investimento da Embratel na rede foi de R$ 100 milhoes. Este ano será superior, mas o valor ainda nao está fechado. A Embratel vai ingressar em 1999 num processo de "sinergia" - como foi batizado pelos executivos da empresa - com o sócio controlador, a MCI Worldcom.

Depois de assumir o controle da Worldcom, a telefônica MCI passou a ter know-how de primeira linha também no segmento de dados e Internet. As redes internacionais da Embratel e da MCI Worldcom serao integradas para atender ao mercado de transmissao de dados.

No Brasil, a Embratel tem 60 mil clientes nesse segmento e continua apostando no crescimento. Está projetando para este ano margem de lucro de 50% nos serviços de transmissao de dados. A margem média da empresa deve ficar em 30%. "Uma das prioridades é promover acessos locais para redes corporativas", anunciou Penedo.

O acesso local tornou-se um segmento de negócio nas telecomunicaçoes. A Embratel tem atualmente quase quatro mil links de acesso local para grandes usuários. Mas o megaprojeto é a construçao de seis anéis óticos na Grande Sao Paulo, e outros no Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

A empresa já está oferecendo aos clientes corporativos a conexao do PABX aos anéis óticos. A proposta é criar grandes redes nacionais fora da rede pública apostando na credibilidade dos anéis óticos. O patrimônio da Embratel inclui hoje 11 mil quilômetros de fibras óticas, 25 mil quilômetros de microondas, 4 satélites de 68 estaçoes terrestres e 115 centrais digitais com um milhao de portas.