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Rios e córregos avaliados não têm água de boa qualidade

SOS Mata Atlântica analisou nove pontos da região; situação varia entre ruim e regular

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
23/03/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Nada a comemorar na semana do Dia Mundial da Água, celebrado ontem. Estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica apresentou panorama sobre a qualidade da água de 134 pontos de coleta distribuídos em rios, córregos e lagos de bacias hidrográficas no Estado, entre os quais nove no Grande ABC. Dos pontos na região, quatro têm a situação ruim e cinco estão regulares.

O levantamento foi realizado entre março de 2016 e fevereiro de 2017, com base nas coletas mensais de água feitas por voluntários do programa Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica.

Em Mauá, os dois pontos do Rio Tamanduateí em que houve a coleta no bairro Capuava e próximo à foz do córrego Bocaina, no bairro de mesmo nome, a condição é ruim. A nascente do rio, localizada no Parque Ecológico da Gruta Santa Luzia, no Jardim Itapeva, teve avaliação regular.

Foram classificadas como ruins as amostras do rio Ribeirão Pires, na cidade homônima, e as águas da represa Rio Grande, em Rio Grande da Serra. Já a Biquinha, no Centro de Paranapiacaba, em Santo André; o Ribeirão dos Meninos, em São Bernardo; o Rio Taiaçupeba Mirim, em Ribeirão Pires; e o Rio Grande, em Rio Grande da Serra tiveram a qualidade das águas considerada regular.

Um dos principais contribuintes para todo esse cenário é o despejo de esgoto não tratado. Como noticiado pelo Diário em 5 de março, o Grande ABC terá de esperar até 2024 para ter 100% de tratamento. “Falta muito investimento na infraestrutura da coleta e tratamento de esgoto”, ressalta o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Metodista de São Paulo Bruno Garré.

“Historicamente, o saneamento não tem importância. Como as obras são por baixo da terra, para o poder público elas são invisíveis, por isso, ninguém valoriza”, fala o responsável pelo projeto Observando os Rios, Cesar Pergoraro.

Diante dessa situação, os prejuízos são variados, lista a bióloga especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes. “Temos a perda de recursos hídricos para abastecimento. Quando há enchentes, essa água contaminada chega às pessoas e pode gerar doenças. Poderíamos ser uma região toda diferenciada em uma série de aspectos.”

No Estado, dos 134 pontos avaliados, apenas quatro (3%) apresentaram boa qualidade: afluente do ribeirão Caulim (Capital), Rio Tietê (Biritiba Mirim e Salesópolis) e córrego Paquera-Fórum (Ilhabela). Outros 59% pontos estão regulares e 38% ruim e péssimo.  




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