Citado na lista enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigação no âmbito da Operação Lava Jato, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) antecipou as articulações para se viabilizar como candidato a presidente do País pelo PSDB. A ideia é já costurar a empreitada basaedo no apoio dos prefeitos aliados nas maiores cidades do Estado, incluindo municípios do Grande ABC.

O tucano convidou prefeitos da região para reunião no Palácio dos Bandeirantes nesta semana, sem definição de tema administrativo. Interlocutores dos chefes de Executivo interpretaram que Alckmin falará exclusivamente de política.

A antecipação decorre de dois fatores que fugiram do controle político de Geraldo Alckmin. Na semana passada, o governador apareceu na lista do Janot, série de inquéritos solicitados pelo procurador-geral da República para investigação no âmbito do STF e de outras esferas de poder. Alckmin teria sido citado em delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht.

Outro ponto é o efeito João Doria (PSDB). O prefeito da Capital tem ganhado adeptos dentro do tucanato para ser o presidenciável, uma vez que seu nome está bem aceito pelos paulistanos e não está envolvido nas delações da Odebrecht. Doria garante que não vai atropelar Alckmin no debate para ser presidenciável, mas dirigentes partidários admitem internamente que Alckmin saiu desgastado após a citação de Janot.