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Só falta Ronan oficializar
renúncia do Santo André
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
12/04/2011 | 07:30
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Renúncia pré-anunciada. O presidente Ronan Maria Pinto pretendia entregar a liderança da Gestão Empresarial do Santo André logo depois do rebaixamento do time à Série A-2 do Paulista. Mas o dirigente contou ontem que não poderia tomar decisões isoladas. Portanto, resolveu convocar o conselho da Saged - grupo que administra o futebol do clube - para ouvir os integrantes antes de provavelmente passar o cargo na próxima semana. Falta definir o dia do encontro.

Segundo ele, é preciso analisar as implicações legais da possível saída. "Diria que na minha cabeça já me considero fora. Não vejo condições pessoais, familiares e profissionais de continuar. Nem consigo acompanhar direito meus negócios particulares. Vou colocar isso aos participantes da reunião. Espero que compreendam", justificou.

Independentemente dos eventuais desdobramentos, Ronan garante que não há chance de seguir à frente da Saged. Apesar disso, ele procura esclarecer a diferença entre entregar a cadeira e literalmente deixar o barco à deriva no instante em que o improvisado modelo empresa implantado no Santo André enfrenta dificuldades financeiras e supostamente de sobrevivência.

"Não, isso nunca. Não tenho como largar o clube nem os companheiros que trabalham comigo. Não esqueçam que sou e serei Santo André até o fim. É uma camisa que sempre vou carregar em mim. Ou a Rotedali já não patrocinava o Santo André no acesso de 2001 (à elite estadual) naquele gol do Adãozinho (de pênalti, aos 48, contra o Ituano, no Bruno Daniel)"?, perguntou Ronan, ao se referir ao forte vínculo entre os dois lados.

ALTERNATIVAS

Ronan rebate a tese do suposto abandono e reafirma que, no máximo, colocaria o comando nas mãos de quem pudesse substituí-lo. Legalmente, o primeiro é o vice Romualdo Magro Júnior. Caso este não queira, a segunda opção é Jairo Livolis, como presidente do conselho dos cotistas da Saged. Em seguida, seriam votadas outras alternativas.

Procurado ontem à tarde pelo Diário, o presidente social do Santo André, Celso Luiz de Almeida, não quis comentar os contratempos que agora envolvem a permanência ou não de Ronan como líder. "Não vou me pronunciar", disse.

 

Dirigente assume erros, mas admite acerto

Ronan Maria Pinto assumiu a vice-presidência da Saged (Santo André Gestão Empresarial) na temporada 2007. Saiu Jairo Livolis. O primeiro desafio: manter o time na Série B do Campeonato Brasileiro nas últimas cinco rodadas. Isso aconteceu no Estádio Castelão, em Fortaleza, diante do Ceará. Embora o empresário Romualdo Magro Júnior ocupasse a presidência, Ronan ditava os rumos do modelo destinado a tocar o futebol do clube. Depois, inverteram-se os cargos.

Mas, na prática, Ronan exerceu a liderança desde o início do atual sistema que, comentam nos bastidores, enfrenta uma das piores crises da inédita parceria.

Em 2008, houve dois acessos - tanto à elite nacional quanto à estadual. Em 2009, o Santo André manteve-se na Série A-1 do Campeonato Paulista, mas caiu à Segundo do Brasileiro. Em 2010, conquistou o vice no Estadual, mas despencaria à Série C. Agora, acumula o terceiro rebaixamento consecutivo. Era só o que faltava para Ronan assimilar a ideia da renúncia.

"Não vou negar que fiquei muito magoado. Que isso me chateou demais. A cada rodada em que estávamos ameaçados, lá estava o Juraci (Catarino, supervisor) para prometer prêmios aos jogadores. Cheguei a oferecer R$ 500 mil para que a gente não caísse. Naquele mesmo dia (contra o Grêmio Prudente, no Estádio Bruno Daniel) perdemos novamente. Pensava comigo: ‘Meu Deus, se o problema não era o dinheiro, então era o quê?' Cometi erros e acertos. Quero usar as boas lições para ajudar o meu Santo André no futuro", disse o presidente.

 

Gaúcho busca motivar grupo para decisão na Copa do Brasil

O rebaixamento para a Série A-2 do Paulista está consumado. Amanhã, no entanto, o compromisso que o Santo André tem pela frente é pela Copa do Brasil, contra o Palmeiras. E como dar motivação para um time que três dias antes teve a degola confirmada? De acordo com o técnico Sandro Gaúcho, a importância do jogo é o principal incentivo, assim como honrar o clube.

"Será um jogo de Copa do Brasil, com transmissão para todo o País no qual todos estarão ligados, contra um time grande e em uma competição que dá muita projeção. Temos que aprender com aquilo que passou. Sabemos que o adversário é favorito, mas temos de buscar forças na camisa do Santo André, nas lembranças do passado, com superação e dedicação", disse o treinador.

Sandro, inclusive, negou ter se arrependido de assumir o Ramalhão na saída de Pintado. "Eu estava ciente das dificuldades que ia enfrentar. A situação econômica também é complicada e o presidente (Ronan Maria Pinto) está comandando praticamente sozinho, haja vista que no vice-paulista (em 2010) muitas pessoas rodeavam nosso vestiário e hoje apenas ele está sempre ali. Mas faço um balanço bom do meu desempenho. Tivemos a classificação na Copa do Brasil, vitórias em casa, e do meio ao fim do Paulista disputamos jogos muito difíceis com bom desempenho. Não coloco a responsabilidade no Pintado, mas peguei os jogos contra os grandes e os clássicos regionais. Faltou pouco, mas estou com a cabeça erguida." Dérek Bittencourt

 

Palmeirenses formam fila para decisão de amanhã

No que depender da empolgação da torcida palmeirense para o jogo de amanhã, contra o Santo André, pela Copa do Brasil, os 6.000 ingressos destinados aos alviverdes se esgotarão hoje. Ontem, teve início a venda de bilhetes aos torcedores do time da Capital e uma longa fila se formou no entorno do Estádio Bruno Daniel. A diretoria andreense não divulgou balanço oficial, mas àqueles que querem garantir presença na partida devem correr, pois a expectativa é que as entradas esgotem-se hoje.

A preços de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), extraoficialmente afirma-se que restam pouco mais de 3.000 entradas aos palmeirenses. Já os andreenses têm cota de 2.000 bilhetes para o duelo, ficarão no setor visitante e poderão realizar a compra a partir de hoje.

Existe a possibilidade de o Bruno Daniel ter o setor de cadeiras cobertas liberado hoje pelo Ministério Público e pela Federação Paulista de Futebol. Se isso acontecer, a carga a palmeirenses e andreenses aumentará em 2.000 ingressos para cada time. O promotor Roberto Senise Lisboa, que interditou a área em razão das más condições da marquise, volta de viagem e deve analisar a documentação enviada na sexta-feira pela Prefeitura de Santo André e pelo clube.

Independentemente disso ou da situação em que o time se encontra, o técnico Sandro Gaúcho pede aos torcedores que abracem o clube e se dirijam ao Bruno Daniel amanhã para empurrar o Santo André, assim como fizeram em 2004, diante do mesmo adversário. "Espero que possam comparecer mesmo com o momento que estamos passando. É uma grande oportunidade que temos, em casa, e o apoio deles vai ser fundamental", afirmou.

 

JOGO TREINO

Diz o ditado que: ‘quando a fase não é boa, nem par ou ímpar se ganha'. E ontem à tarde, no Bruno Daniel, os reservas e atletas que ficaram no banco na partida diante do São Bernardo participaram de jogo treino contra o Joseense, equipe da Quarta Divisão do Paulista, e perderam por 1 a 0. Dérek Bittencourt

 

 




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