Setecidades Titulo
Shopping emperra obra em avenida de S.Bernardo
Por Rita Camacho
Do Diário do Grande ABC
30/09/2005 | 08:14
Compartilhar notícia


O término da avenida Aldino Pinotti, parte do complexo viário Lauro Gomes, em São Bernardo, pode se prorrogar ainda mais. As ruínas de uma loja do McDonald‘s no estacionamento do Shopping Metrópole – que até então eram o único empecilho para a obra – foram derrubadas há um mês. O prédio ficava no estacionamento do shopping e estava no meio do caminho até a praça Samuel Sabatini, onde vai desembocar a Aldino Pinotti. Mas o terreno não vai dar lugar à nova pista, como prevê o projeto da Prefeitura. O Metrópole informou quinta-feira que vai transformar o espaço em mais 30 vagas de estacionamento e jardins. Até quinta-feira, o local estava isolado por tapumes.

A Câmara já autorizou permuta de área pública municipal nos fundos do shopping – na rua José Versolato – pela faixa do estacionamento, justamente para que a obra seja finalizada e a Aldino Pinotti encontre a praça Samuel Sabatini, onde está o Paço. Autorizar, no entanto, não significa garantir a permuta. O shopping não quis comentar quais são as pendências que emperram as negociações, que no final do ano passado pareciam bem encaminhadas.

Em 26 de novembro, quando o secretário de Obras da cidade, Otávio Manente, reuniu em seu gabinete representantes da rede de lanchonetes e de acionistas do shopping, as expectativas eram otimistas. O Metrópole comprometeu-se na ocasião a resolver em 60 dias a pendência com o McDonald’s e chegar a um acordo sobre um novo local para a instalação da loja, liberando a área do estacionamento para a Prefeitura prosseguir com a obra da Aldino Pinotti. Mas, passados dez meses, a avenida inaugurada em 14 de dezembro continua inacabada e a polêmica mudou de protagonista.

O shopping informa que derrubou o prédio por uma questão estética e funcional e que não se trata – em hipótese alguma – de indicativo de conclusão das negociações com a Prefeitura. O impasse do Metrópole com a rede de lanchonetes também continua, mas não se configura mais em algum impedimento para a obra da avenida. Tudo agora depende do shopping.

Desapropriação – Lançar mão da permuta é a alternativa mais barata e rápida para a Prefeitura. Se o Metrópole recuar nas negociações e desistir definitivamente da troca de terrenos, só resta à administração municipal partir para a desapropriação. A alternativa, além de cara, demandaria mais tempo.

O arquiteto Júlio Neves, principal acionista e responsável pelo projeto de expansão do shopping, ameniza a posição oficial do shopping e afirma que a ampliação do estacionamento é uma situação provisória. "Tenho todo o interesse de colaborar com a cidade e liberar a área para a avenida", afirma Neves. Mas o shopping precisa do consenso entre os demais acionistas – seriam quatro – para autorizar a permuta. E isso ainda não foi alcançado. Júlio Neves afirma que o Metrópole aumentará em cerca de 40% sua área para lojas, que ocuparão o primeiro piso. O estacionamento interno será transferido para um novo pavimento. A área de lazer e a praça de alimentação "passarão por uma revisão". O shopping também ganhará oito novas salas de cinema. As obras devem começar no início de 2006.

Enchentes – Liberar a finalização da avenida é sem dúvida um grande favor à cidade. O prolongamento da Aldino Pinotti, segundo o secretário Manente, possibilitaria além do alívio viário para as avenidas Senador Vergueiro e Pereira Barreto, a correção do curso do ribeirão dos Meninos, e com isso o provável fim das enchentes que persistem naquela região. "Não acredito que o shopping recuará do acordo de cavalheiros que fizemos. A negociação caminha muito bem", afirma o secretário. Manente afirma que a empreiteira responsável pela finalização da avenida pode entrar com as máquinas e operários imediatamente após a autorização do shopping.

Empréstimo – O complexo Lauro Gomes integra o pacote de obras viárias cujo financiamento já foi aprovado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e os R$ 50 milhões ali investidos fazem parte da contrapartida obrigatória da Prefeitura. Embora o BID tenha autorizado empréstimo total de US$ 144 milhões – com a contrapartida de US$ 100 milhões da Prefeitura –, o governo federal só avalizou a metade do financiamento. Por isso, no primeiro desembolso serão destinados US$ 72 milhões do banco, com mais US$ 110 milhões do município (US$ 50 milhões de contrapartida contratual e US$ 60 milhões por livre iniciativa).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;