O amor entre a cortesã Marguerite e o jovem Armand é a história escolhida por Ana Botafogo para comemorar 35 anos de carreira e 30 como primeira bailarina do Theatro Municipal. A turnê, iniciada no Teatro Guaíra, em Curitiba, o mesmo que a lançou como profissional, segue amanhã e domingo no Teatro Alfa, em São Paulo. Embora veterana dos palcos, Ana está ansiosa.

Ela sempre contou com profissionais para fazer a produção das apresentações. Nesta, pela primeira vez, opina em tudo, até em detalhes de transporte de cenário e fantasias. "Isso é angustiante, mas tem sido prazeroso", confessa. Há razão para tal preocupação: o espetáculo, versão de "A Dama das Camélias", de Alexandre Dumas, deve ser o último clássico da carreira. Mas ela adianta que a data da aposentadoria ainda não foi definida.
 
A primeira montagem de Marguerite e Armand é de 1963, feita especialmente para a inglesa Margot Fonteyn, que dançou com Rudolf Nureyev a coreografia de Frederick Ashton. A primeira montagem chegou a ser apresentada no Brasil em 1967 e, mais de 40 anos depois, celebra o marco na carreira da bailarina/CF. Ela, que conseguiu os direitos do espetáculo há dois anos, terá como partner, no papel de Armand, Federico Fernández, o principal bailarino do Teatro Cólon, de Buenos Aires.
 
O par dançará a música original de Liszt, no ano do bicentenário de nascimento do compositor húngaro. Eles contarão, em seus suaves passos, a história de amor entre Marguerite e Armand, ambientada na Paris da primeira metade do século 19. Por conta da profissão, Marguerite foi impedida de seguir o romance pelo pai de Armand. Ela, então, se afastou do jovem sem dar satisfações e ele, sem entender, a humilhou publicamente. Apenas na morte da amada ele soube do sacrifício. Ajudam a contar o romance, em participações especiais, os bailarinos Marcelo Misailidis e Joseny Coutinho, que interpretam o pai de Armand e o duque.

Marguerite e Armand Dança Amanhã, às 21h e dom. , às 18h. No Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Ingr.: R$ 40 a R$ 100