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Greve em Ribeirao afeta 2 mil
Por Samir Siviero
e Márcia Pinna Raspanti
Especial para o Diário
17/05/2000 | 07:10
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  Cerca de dois mil alunos do ensino municipal ficaram sem aula por causa da greve dos funcionários públicos da Prefeitura de Ribeirao Pires que começou nesta terça. A adesao de professores e pajens na área de Educaçao chegou a 33% segundo o secretário de Administraçao, Mário Nunes, que espera para nesta quarta o fim da paralisaçao.

A greve é organizada pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Ribeirao Pires), que reivindica aumento salarial de 25%, vale-transporte, convênio médico e reposiçao salarial referente à inflaçao acumulada dos últimos três anos. A paralisaçao abrange todas as áreas da administraçao e chegou a 15% do total de funcionários municipais, segundo a Prefeitura, e a 80%, de acordo com o Sindserv.

Sindicato e administraçao concordam que a maior adesao foi na Educaçao. "Entre os mais de 600 funcionários da Educaçao, cerca de 225 entraram em greve. Foi a única área em que houve uma adesao grande. Na Saúde, apenas um médico nao trabalhou e ainda nao sabemos se ele está em greve ou se faltou", disse Nunes.

Nas duas maiores escolas municipais da cidade a paralisaçao foi total. No período da tarde, os CEMs (Conjunto Educacional Municipal) Engenheiro Carlos Rohm e Yoshihiko Narita estavam vazios, com exceçao de seis meninas na creche do CEM Carlos Rohm e de alguns funcionários que cuidavam dos prédios.

Ao todo, a Prefeitura atende cerca de 4.500 alunos em 19 escolas de educaçao infantil, ensino fundamental e creches. Desse total, 2 mil alunos nao tiveram aula e quatro escolas ficaram paralisadas integralmente nesta terça.

Em anos de eleiçao, a Lei Eleitoral 9.504/97, artigo 73, inciso 8, proíbe revisar a remuneraçao do funcionalismo além da recomposiçao da perda de poder aquisitivo naquele ano. O presidente do Sindserv, Roque Barboza, porém, acredita que há como conseguir a reposiçao. "Existem outras formas de negociaçao, como pagar convênio médico e vale-transporte."

Nesta quarta, às 8h, os funcionários municipais fazem nova assembléia para definir se a greve será mantida.

 Greve estadual - Cinqüenta professores estaduais de Mauá em greve se reuniram nesta terça na Diretoria Regional de Ensino com os diretores das escolas do município para exigir que eles parem de contratar professores substitutos.

Em Rio Grande da Serra, 25 professores estao acampados, desde segunda-feira, em frente à EE Cassiano Ricardo. "Nós optamos por criar um subcomando de greve para informar aos pais, alunos e até professores o que realmente queremos com a paralisaçao. Nao revindicamos apenas aumento de salário, pedimos uma reforma ampla na política de ensino", disse o professor Paulo Franco, um dos líderes do movimento.

Na capital, professores estaduais continuam acampados na praça da República, diante da sede da Secretaria estadual de Educaçao. Eles pedem um reajuste de 54,71%, a volta da grade curricular de 1997 e a diminuiçao do número de alunos por sala de aula. Na quinta-feira, os grevistas fazem assembléia em frente ao MASP (Museu de Arte de Sao Paulo).

Para a Secretaria de Estado de Educaçao, apenas 3% das escolas tinham aderido à paralisaçao até esta terça. Para a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de Sao Paulo), 68% da categoria estao em greve.

Na regiao, segundo a Apeoesp, a adesao tem se mantido estável. Em Santo André, o percentual de professores em greve varia entre 30 e 35%; em Sao Bernardo, de 60 a 70%; e, em Sao Caetano, 15%. Mauá, Ribeirao Pires e Rio Grande da Serra somam 30% de adesao. Ainda segundo a Apeoesp, Diadema tem de 35 a 40% dos professores estaduais em greve.




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