O secretário de Governo de São Caetano, Tite Campanella (DEM), disse que não tem perfil para acompanhar o posicionamento dos vereadores na votação dos projetos do Executivo na Câmara, apesar de uma de suas principais funções ser articular os trâmite do Paço com a Casa de Leis. "O Poder Legislativo é independente", argumenta Tite.

A declaração do secretário ocorre num momento em que, nos bastidores, ventila-se que ele não tem o respaldo político dos parlamentares. Isso porque o chefe da Pasta, além de raramente ir às sessões, seria ríspido no trato com os vereadores.

Ele nega qualquer tipo de desentendimento. O democrata ressaltou que tem bom relacionamento com todos, inclusive com o único oposicionista, Edgar Nóbrega (PT). "Os vereadores vem aqui (no gabinete do Palácio da Cerâmica) todos os dias. Até com o Edgar converso bastante."

Admitiu, porém, que o presidente da Casa, Sidnei Bezerra, o Sidão da Padaria (PSB), não aparece há um mês em seu gabinete. "Mas converso com ele por telefone", amenizou.

O fato de 11 dos 12 vereadores comporem a base aliada deixa o governo em posição confortável. Mas Tite avalia que é necessário manter proximidade com os parlamentares. "É preciso ter habilidade e franqueza na relação." E garantiu: "Aqui não tem desgaste".

Auricchio disse que está satisfeito com o resultado da Secretaria de Governo e do trabalho do Tite. Disse que tem ciência que o articulador não vai às sessões in loco, pois acredita ser uma forma de deixar os vereadores mais livres para seus trabalhos.

RUSGAS

Já as rusgas com dois nomes do primeiro escalão - o chefe de gabinete, Luiz Antônio Cicaroni (PP), e a secretária de Inclusão Social, Marisa Catalão -, segundo Tite, são coisas do passado. "Não existe briga. Há discussões para que os projetos sejam enviados logo à Câmara".

Quanto aos rumores de que estaria perdendo terreno no governo José Auricchio Júnior (PTB), o secretário rechaçou. "Meu espaço está aqui. Não há problema. E se houver é o prefeito quem define. Se o negócio não estiver bom, vou fazer outra coisa."

Tite afirmou que não pretende concorrer a nenhum cargo eletivo no próximo ano. Explicou que não gosta da ideia de atuar ao mesmo tempo na gestão e fazer parte da disputa política. "Ou trabalho na administração ou faço campanha. É conflitante fazer os dois." Um dos impasses estaria na relação com a Câmara. "Lido com diversos partidos. Por isso não tenho atividade partidária no DEM, sou apenas filiado", discorreu o democrata, que também vive expectativa de ser o indicado governista para a sucessão de Auricchio no ano que vem. Mas na bolsa de apostas são-caetanenses o principal nome é o da assessora especial de Coordenação da Ação Social, Regina Maura.