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Convite ao caixa 2

O publicitário João Santana, marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência em 2014, afirmou que 98% dos projetos políticos do Brasil utilizam caixa dois

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
29/07/2016 | 07:00
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O publicitário João Santana, marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência em 2014, afirmou que 98% dos projetos políticos do Brasil utilizam caixa dois, ou seja, tramitam pela divulgação das candidaturas dinheiro que não é contabilizado oficialmente, sem origem e sem destinação certa. É um dos principais problemas da política nacional. A aposta para tentar consertar esse fenômeno negativo é a mudança na lei eleitoral, válida já para o pleito de outubro, que proíbe doações de empresas aos candidatos e limita os gastos com publicidade partidária. Mas o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desconfia da eficácia das novas regras. Sobre o financiamento ser feito apenas por pessoas físicas, o presidente da alta Corte da Justiça Eleitoral, Gilmar Mendes, afirma que “há risco de uma chamada ‘captura de CPFs’ ou ‘caça CPFs’, que é tentar achar pessoas que se disponham a colocar o seu CPF à disposição para doações, o que também não se recomenda”. Acerca do teto para gasto em campanha, 62% dos municípios brasileiros será de R$ 100 mil para prefeitos e R$ 10 mil para vereadores. Os valores são considerados muito baixos e, portanto, convite ao caixa dois. O magistrado afirma que haverá análise mais rigorosa das contas de partidos e chapas e “certamente haverá mais motivos para impugnações, discussões sobre abuso de poder econômico e tudo mais”. Se alguém acredita que a prática paralela de pagamento de recursos humanos e compra de material de divulgação vai acabar no Brasil, não será na eleição deste ano. Pelo contrário. Pode ser muito mais intensa. Consequência de mais uma vez a lei eleitoral ser remendada, ao invés de os congressistas efetivarem a ampla e necessária reforma política.

Até o último minuto
O PV de Santo André realizou convenção terça-feira e definiu apoio à candidatura de Paulinho Serra (PSDB) a prefeito. Mas até o último minuto os verdes foram assediados, tanto pelo grupo que trabalha pela reeleição de Carlos Grana (PT) quanto pelo do ex-chefe do Executivo Aidan Ravin (PSB), que quer voltar a comandar o Paço. O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, participou do ato do partido na cidade. No carro, a caminho do evento, recebeu ligação de adversários do tucano para não comparecer ao evento. Muita coisa foi oferecida, inclusive a vice e secretarias futuras, mas os verdes mantiveram a parceria com Paulinho.

Apoio a Kiko
Candidato a prefeito de Ribeirão Pires pelo PPS, Dedé tentava obter apoio de dois partidos: PMN e DEM. Ontem, porém, a possibilidade se esgotou. Almoço entre representantes das duas legendas e Adler Kiko Teixeira (PSB), que tentará conquistar o Paço, selou adesão ao socialista.

De longe
Ex-prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT) esteve ontem com o atual chefe do Executivo, Donisete Braga (PT). Objetivo da conversa foi fazer com que o ex-gestor esteja no palanque do correligionário desde o início da campanha, pois Márcio Chaves, candidato ao Executivo pelo PSD, tenta se apropriar de ações realizadas nas duas primeiras gestões de Oswaldo, nas quais foi vice-prefeito, superintendente da Sama e secretário de Saúde. Chaves, inclusive, já fez panfletos fazendo a ligação com as administrações que participou. Mas o ex-prefeito deve ficar afastado da campanha majoritária no primeiro turno. O empenho mesmo vai ser para reeleger José Luiz Cassimiro (PT) como vereador.

Ratificado
Integrante da executiva estadual do PMDB, Nilson Bonome esteve ontem com o pré-candidato a prefeito de Santo André pelo partido, Rafael Daniel, e com o presidente municipal da legenda, Leandro Baldan. “A chapa majoritária está firme e forte. Estamos determinados a apresentar uma alternativa e implementar nova gestão na cidade”, disse Bonome. O vice deve ser definido nos próximos dias. A convenção da sigla está marcada para dia 5.

Estamos de olho
Cadê o ‘mapa das enchentes’, prefeitos? Custou R$ 1,5 milhão, pagos pelo Consórcio Intermunicipal, e o estudo até agora, depois de um ano de trabalho, não está completo. 




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